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Novos GCMs de São Bernardo se formam, mas não recebem uniforme

Guardas que iniciaram atividades na semana passada ficam sem agasalho em pleno inverno

Aline Melo
Do DIário do Grande ABC
07/07/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo autorizou o início de trabalho de 77 novos GCMs (Guardas-Civis Municipais) na semana passada, mas não providenciou uniforme completo para os servidores. Nenhum dos novos funcionários públicos recebeu blusa de frio, mesmo tendo dado início às atividades em pleno inverno.

É obrigação dos guardas apresentar-se com o uniforme completo e em bom estado de conservação, sendo considerada infração o não cumprimento desta determinação, conforme o estatuto e o regulamento de uniformes e apresentação individual dos integrantes da guarda.

Os agentes de segurança, 57 homens e 20 mulheres que concluíram o 12º curso de formação de guardas do município, participaram de formatura realizada no dia 1º de julho. Os 77 novos guardas foram selecionados por meio de concurso público, que contou com a participação de 5.600 pessoas. A preparação ocorreu entre os dias 17 de fevereiro e 6 de junho e, mesmo assim, a administração do prefeito Orlando Morando (PSDB) não conseguiu providenciar a tempo os uniformes completos. 

Sensibilizado com as dificuldades dos novos colegas, supervisor da guarda convocou, pelo WhatsApp, campanha solidária para que os guardas que tivessem mais de uma blusa pudessem emprestar ou mesmo doar um agasalho do uniforme para os novatos.

Diretor de assuntos jurídicos do Sindserv-SBC (Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo), Celio Vieira explicou que, há pelo menos dois anos, os uniformes dos guardas não são trocados. O sindicalista relatou que os itens podem ser comprados, mas que acaba sendo um custo alto para os trabalhadores. “Um uniforme completo custa cerca de R$ 300, isso fora o valor das botas”, completou.

Veira afirmou que o sindicato tem acompanhado a questão e que a Prefeitura apenas informa que a licitação para aquisição dos uniformes ainda está em curso. O sindicalista, que também faz parte da GCM, destacou que um uniforme dura, em média, um ano, mas que isso também depende do horário de trabalho. “Para os GCMs que trabalham durante o dia os uniformes desgastam mais, por causa do sol, pois desbota mais rápido do que o dos GCMs que trabalham no período noturno”, detalhou.

O diretor também se queixou da falta de testes para Covid-19 em guardas que foram diagnosticados com a doença, afastados do trabalho, e agora retomam suas atividades. “Sem o teste, não sabemos se estes funcionários ainda estão infectados, o que pode acarretar em disseminação do novo coronavírus nos demais guardas”, conclui.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que os novos GCMs 3ª Classe, formados no último dia 1º, estão participando de integração, com ciclo de palestras até o fim desta semana, sem necessidade de uso de uniformes. “Os agentes retornarão à campo somente ao término do ciclo de palestras, já equipados dos itens.” 

Sobre os guardas afastados pela Covid-19, a administração municipal afirmou que todos cumpriram a quarentena e foram reinseridos ao trabalho sem apresentarem qualquer sintoma.




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