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Rachado, PT perde eleição e hoje há disputa, cita Turco

Deputado, candidato à reeleição admite divisão e avalia que derrota atrapalharia para 2020

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/09/2018 | 07:00
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Deputado estadual com reduto em Santo André e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Turco avaliou que, dividido, o partido “não ganha eleição” e admitiu que hoje a sigla vive disputa interna. Em visita ao Diário, o parlamentar considerou que parcela deste cenário ainda se arrasta da ferida não cicatrizada do revés sofrido em 2016 no município, com Carlos Grana (PT) – a maioria da bancada petista na Câmara pulverizou, por exemplo, os apoios à empreitada eleitoral de outubro. “Temos que pensar para frente. Se nós quisermos disputar eleição em 2020 em condições de ganhar nós temos que ter vitória importante na cidade, tanto eu como o (vereador) Eduardo (Leite, PT, nome a federal).”

Turco frisou que o momento atual que o PT atravessa “é de disputa”, reconhecendo que esse panorama atrapalha as candidaturas da legenda, mesmo que haja dobrada única em Santo André. “É inegável que isso (racha) acaba dificultando (a eleição). Tem grupos organizados (internamente) trabalhando para outras candidaturas, o que é natural também. Não tem problema, faz parte do processo, mas obviamente que a dificuldade é maior”, disse, ao emendar que ampliou adesões em outros municípios. Com suporte do governo em 2014, ele foi eleito com 78,6 mil votos – destes, 42,6 mil sufrágios foram registrados na cidade.

O deputado reforçou que o pleito majoritário de 2020 passa necessariamente por 2018. Para o petista, o partido precisaria estar unificado para tentar mudar essa conjuntura política. “Na realidade, o PT dividido não vence eleição em nenhum lugar, não só aqui. Se todos os militantes e dirigentes tiverem essa leitura o resultado vai ser positivo tanto agora quanto para daqui dois anos. Eu tenho responsabilidade para isso, assim como o ex-prefeito (Grana), direção, vereadores. Tem que fazer pela cidade, não é vitória individual. Tem que pensar um pouco nisso. Pensar como se constrói essa unidade para 2020. Se eu for derrotado, e o Eduardo também sair derrotado, vai ficar mais difícil em 2020”, citou, relembrando fissuras de 2008 e 1992, quando a sigla perdeu a sucessão – o PT já governou a cidade em quatro oportunidades.

O candidato falou em expectativa de que o “campo democrático popular” cresça nesta eleição, “não só em São Paulo, como também no âmbito nacional”, incluindo na lista PT, PCdoB e Psol. “A conjuntura tem ajudado muito, diferentemente de 2014 e 2016. Vimos rejeição alta contra a (então presidente) Dilma (Rousseff, PT) no segundo turno. E em 2016 teve a chamada onda azul, que varreu (o PT) não apenas no Grande ABC, mas em diversas regiões. Hoje o PT recuperou sua imagem, pesquisas mostram isso”. Na esfera local, ele analisou que a cidade tem viabilidade para eleger mais de um estadual, mencionando também os nomes de Almir Cicote (Avante), Aidan Ravin (Podemos) e Vanderlei Siraque (PCdoB).

Embora a administração na cidade seja de oposição, Turco pontuou que tem feito a lição de casa sem se preocupar “em quem está no governo”, se referindo às emendas parlamentares. Falou em empenho para viabilizar o Parque Tecnológico, relatando audiências com Paulo Serra para consolidar o projeto, já credenciado junto ao Estado. “Neste ano foram R$ 34 milhões, aprovados no Orçamento (paulista). Destes, R$ 16 milhões são para o Polo. Tenho insistido nisso, porque é estratégico para o desenvolvimento da região e não podemos perder a oportunidade. Acho que tinha que haver esforço maior do Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC), jogar mais peso.” 




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