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Vladimir Brichta: no ar há cinco anos
Por Luiz Almeida
Da TV Press
09/04/2006 | 09:31
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Há cinco anos, quando se mudou para o Rio, o ator Vladimir Brichta traçou uma estratégia: aparecer o máximo que pudesse. O ator seguiu o plano à risca. Não recusa trabalho, seja na Globo, seja em publicidade e está decidido a se tornar figurinha fácil. Por isso, desde a estréia em Porto dos Milagres, em 2001, na pele do balconista Ezequiel, o ator vem emendando trabalhos na telinha e atualmente interpreta o professor Narciso Güney em Belíssima. "Vinha do teatro e queria ser reconhecido pelo grande público. Além disso, os personagens foram pintando e não podia recusar", diz o ator, que é mineiro de Diamantina, mas foi morar em Salvador quando tinha cinco anos. Leia a seguir os principais trechos da entrevista: 

PERGUNTA: É sua quinta novela em cinco anos. O que o leva a emendar um trabalho no outro?

VLADIMIR BRICHTA: Num primeiro momento, achava que era hora de fazer dessa forma. Isso porque, no início, precisava ficar conhecido, pois só tinha feito teatro na vida. Optei por fazer uma novela seguida da outra para ter meu trabalho reconhecido pelo grande público. Consciente ou inconsciente, era uma maneira de conquistar um espaço na TV. Acredito que fiz a escolha certa e agora estou fechando um ciclo que iniciei há cinco anos. Comecei em uma novela das oito, passei pelo horário das seis e das sete e voltei para as oito. Fiz novelas de autores diferentes e tive a oportunidade de entrar em contato com estilos distintos.

PERGUNTA: E o que você destacaria de mais interessante no atual personagem, que é escrito por Silvio de Abreu?

BRICHTA: Apesar de não estar sendo muito desenvolvida na trama, acho a discussão sobre a vaidade dele muito interessante. O personagem coloca em questão uma realidade de toda a sociedade, que consome cada vez mais a estética. Acho um questionamento necessário, porque a gente está vivendo uma época em que a vaidade está um tanto exacerbada.

PERGUNTA: O Narciso, por sinal, torna-se modelo em função da vaidade. As pessoas querem realmente seus 15 minutos de fama?

BRICHTA: Obviamente. E isso é bem legal de ser abordado numa novela, embora o Narciso mantenha alguns princípios. Mesmo não aceitando tirar as fotos nu e se negar a usar maquiagem, por exemplo, o personagem está encontrando a fama. Então ele começa a repensar todos esses princípios. O maior valor é o sucesso e ele, querendo fama, passa a aceitar essa nova realidade. Se for o caso, ele até já aceita colocar uma melancia no pescoço. A novela tenta abordar isso, mostrando o quanto é fútil a fama.

PERGUNTA: O personagem é um tanto vaidoso. Até que ponto você também é vaidoso?

BRICHTA: Se dissesse que não sou, estaria mentindo. Não sou igual ao personagem, é claro. Nossa profissão, aliás, até está bastante associada à vaidade. Acho que faz parte também do ser humano ser vaidoso. Só não podemos deixar que a vaidade suba à cabeça. O ser humano que não tem vaidade, que não tem momentos de insegurança, não é completamente humano. O personagem até me ajudou a reconhecer e refletir sobre a minha própria vaidade. Sou vaidoso pela minha trajetória e fico envaidecido com a minha carreira, com os rumos que tomei ao longo do tempo. A gente gosta toda vez que recebe um elogio.

PERGUNTA: Mas as críticas abalam a sua vaidade?

BRICHTA: Ninguém ignora as críticas que sofre ao longo da vida. Mas, sinceramente, não me abalam. Acho que, na verdade, elas até são boas para o nosso trabalho como ator, porque a gente se sente cutucado e tenta realizar da melhor maneira possível. Dá um ânimo maior. Quando é positiva, procuro não acreditar piamente para não influenciar na minha concepção do trabalho. Posso até concordar com alguns pontos, mas em outros aspectos posso discordar. Quando as críticas são negativas, procuro repensar e ver se realmente estou errando. Tento melhorar, mas também não deixo me influenciar por elas.

PERGUNTA: As críticas e os elogios ajudam a impedir que o sucesso suba à cabeça?

BRICHTA: Tento permanecer uma pessoa acessível como era antigamente. Não quero me fechar para as pessoas, viver enclausurado. Tiro proveito das críticas e dos elogios e não deixo que eles mudem minha maneira de ser.



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