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Metalúrgico vai parar Volks no país
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
13/05/2006 | 08:31
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Paralisações de advertência nas linhas de produção da Volkswagen prometem aumentar ainda mais o prejuízo da montadora no país a partir do dia 22. Sindicalistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da Força Sindical pretendem parar as cinco unidades da empresa, uma de cada vez, em resposta contundente ao plano de reestruturação da multinacional. Reunidos sexta-feira na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, os representantes dos trabalhadores reservaram à empresa greves surpresa para as próximas semanas.

A primeira paralisação será divulgada pelos sindicatos apenas no dia 19. Além da suspensão da produção em fábricas da Volks afetadas pelos protestos, os sindicalistas pretendem realizar manifestações públicas com o intuito de esclarecer a população sobre o impacto social e econômico da reestruturação da empresa na cadeia produtiva do país.

Diante da ameaça iminente de cortes e de precarização das relações trabalhistas, os representantes endureceram o discurso e partiram para a ação contra a montadora, em investida que classificam como uma “guerra”. Segundo os sindicatos, a Volks pretende cortar 5.773 trabalhadores nas unidades de São Bernardo, Taubaté e São José dos Pinhais (PR) até 2008.

Mesmo sem demissões à vista, os representantes de São Carlos e Resende (RJ) também aderiram ao movimento grevista. Por conta de possíveis efeitos em outros setores, as paralisações não se limitarão às unidades da multinacional instaladas no país. Os sindicalistas mapearão nos próximos dias a cadeia de produção automotiva para averiguar os pontos importantes para a montadora.

As paralisações, dessa forma, podem ocorrer também em série nas indústrias que abastecem a Volks. A estratégia dos sindicalistas inevitavelmente prejudicará o just in time das operações logísticas ao barrar a produção nos setores de autopeças, fundição, vidro, mineração, artefatos de borracha, entre outros.

As greves, segundo os sindicalistas, terão a capacidade de mobilizar diversos setores da produção automotiva porque conta com o apoio da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), da CUT, e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), da Força. Juntas, as duas principais confederações da categoria agregam hoje 98% dos 1,6 milhão de metalúrgicos de todo o país.

Para a próxima semana, ainda sem data definida, o sindicato do ABC realizará passeata com 499 trabalhadores do CFE (Centro de Formação e Estudos) e seus familiares pelas ruas do Centro de São Bernardo. Entre segunda e quinta-feira, uma comitiva de representantes de empregados da Volkswagen embarca para o México e participam do encontro mundial de sindicatos de trabalhadores da multinacional alemã.

Procurada pela reportagem do Diário, a companhia não comentou o anúncio das paralisações.




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