O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) defende que o governo federal use "a Caixa Econômica Federal, que é 100% estatal, para estabelecer parâmetros de rentabilidade no setor bancário", com o objetivo de baixar os spreads pela concorrência.

Esta é a principal sugestão da "Carta do Ibre" publicada na revista da FGV "Conjuntura Econômica" deste mês. O texto não menciona o Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia mista, controlada pelo governo, mas com muitos acionistas minoritários.

"A política de concessão de crédito da Caixa poderia se pautar por uma taxa de retorno arbitrada pelo Poder Executivo, que, evidentemente, deveria resguardar a saúde financeira da instituição. A partir deste parâmetro, o banco estatal ofereceria juros com spreads que cumpririam aquela meta, independentemente de a concorrência praticar juros mais altos", diz o texto do Ibre, intitulada "Spread bancário no Brasil: nem todas as armas foram usadas".

De acordo com o Instituto, a participação da Caixa no crédito total é significativa e os demais bancos tenderiam a reduzir os spreads para competir com ela.