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Alma Palestrina

Livro em quadrinhos dos ilustradores Fernandes e Custódio
conta a história do estádio do Palmeiras, o Parque Antarctica

Camilla Feltrin
Especial para o Diário
09/12/2012 | 07:00
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O jornalista Joelmir Beting, morto no dia 29, é responsável por uma famosa frase futebolística: "Explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense, é simplesmente impossível!". Tentar explicar de forma racional o sentimento relacionado a qualquer clube de futebol realmente é difícil, mas é possível contar histórias, dados e fatos curiosos sobre os clubes para que os torcedores se apaixonem cada vez mais.

Para aumentar o amor dos palmeirenses, o ilustrador do Diário Fernandes e o também ilustrador Custódio lançam na terça-feira o livro 'Alma - A História da Arena Esportiva Mais Antiga do País'. O evento será na livraria HQ Mix (Rua Tinhorão, 124. São Paulo. Tel.: 3259-1528) a partir das 18h.

A ideia de escrever um livro em quadrinhos sobre a história do time do Parque Antarctica já é sonho antigo para Custódio, o roteirista, que convidou Fernandes para fazer os desenhos. Contemplada pelo ProAc, a publicação foi produzida em oito meses e relata o surgimento do Parque Antarctica, sobre personagens históricos e jogadores que viraram busto, como Waldemar Fiúme, Junqueira e Ademir da Guia, estão representados.

"É importante resgatar a memória do clube em um momento triste que é o rebaixamento. O Palmeiras é maior do que isso. Eu gostaria que os jogadores lessem o livro para que saibam o quanto o Palmeiras é glorioso", recomenda Fernandes.

 

De acordo com o livro 'Alma - A História da Arena Esportiva Mais Antiga do País', a fundação do Parque Antarctica está relacionada com a instalação da companhia de bebidas do mesmo nome nas imediações da Barra Funda, em 1985. Ao lado dela, a empresa construiu o parque de 300 mil m² para lazer dos funcionários. "Era como se fosse o Ibirapuera da época, embora ficasse longe do Centro, as pessoas iam lá para se divertir", conta Custódio, responsável pela pesquisa histórica e roteiro.

Fundado apenas em 1914, o Palestra Itália nem existia na época. Para as práticas futebolísticas, os extintos times Germânia e América de São Paulo ocupavam os gramados.

O principal orgulho dos autores é a descoberta do nome palmeirense, que deriva de um bairro que constava nos mapas até 1915. Na região entre a Consolação e a Barra Funda havia a Chácara das Palmeiras. "A memória urbana foi se perdendo, mas tinha até bondes que tinham ‘Palmeiras' como destino", explica Custódio.

A maior dificuldade que Fernandes encontrou para produção das ilustrações foi quanto às cores. "As imagens antigas são em preto e branco e algumas fontes mostravam divergência entre si. Para isso, usei o recurso do sépia", conta.

A atual reforma do estádio, segundo o livro, é a quarta enfrentada pelo Palestra Itália. A primeira foi com a compra e outras duas nos anos 1960.

O livro pode ser comprado no site oficial (www.almaolivro.com) por R$ 35, com frete já incluso.

 

- Uma boa ideia: ao contrário do que muita gente pensa, a cachaça não tem 51% de teor alcoólico, mas é uma homenagem ao ano em que o Palmeiras ganhou o primeiro título internacional. Produzida pelos irmãos Piccolo, a bebida foi batizada inicialmente de Palmeiras 51, mas por motivos mercadológicos é chamada apenas de 51.


- 'Tudo termina em pizza': a frase que indica descontentamento com algum caso, reunião ou situação é de origem palmeirense. A expressão foi dada pelo jornalista Milton Peruzzi após uma longa reunião em que os dirigentes, que não conseuiam entrar em um acordo, pararam a reunião e foram à uma pizzaria.

- Comprado em 1920: Depois de o time juntar uma fortuna, um dirigente palestrino foi se encontrar com o futebolista Belfort Duarte, em Itatiaia (RJ) para pedir a autorização da compra do campo. A transação foi liberada e assinada em 1918, porém, os trâmites de compra do campo foram oficializados apenas em 1920. Segundo os autores de 'Alma' muitos livros e sites comentam que a autorização foi dada em 1920, o que seria impossível, pois o futebolista morreu logo depois de permitir a venda.

- Ajuda aos rivais: Em uma das partes do livro, os autores narram a noite das barricas, em 1938, onde o time alviverde e o alvinegro doaram os recursos para o São Paulo FC que passava por dificuldades financeiras. Anos depois, durante a guerra, os dirigentes palestrinos desconfiavam que os tricolores queriam confiscar o Parque Antarctica para eles sob a justificativa de que o Palestra apoiava a Itália.

 




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