Cultura & Lazer Titulo
"Pânico no Lago" frustra o espectador
Do Diário do Grande ABC
12/08/1999 | 18:31
Compartilhar notícia


Faltou ao crocodilo protagonista de "Pânico no Lago" uma embalagem com toque de Steven Spielberg. Há uma explicaçao para o réptil de dez metros de comprimento passar a maior parte do filme, que estréia esta sexta-feira (13) no Brasil escondido sob as águas de um lago. Quando o espectador tem a chance de dar uma boa olhada no monstro percebe que ele é tao pouco convincente quanto as criaturas de "Anaconda" ou "Tentáculos", dois exemplos de animal trash.

O crocodilo só parece assustador quando a câmera o focaliza embaixo d'água e, de preferência, de longe - em seqüências sempre ajudadas pelos efeitos sonoros concebidos para criar suspense. O espectador mais observador perceberá a diferença entre o animatronic do réptil (ou seja, o boneco) e o bicho gerado por computaçao gráfica, principalmente nos momentos em que ele aparece devorando animais do tamanho de um urso ou de uma vaca.

O filme dirigido por Steve Miner (de Halloween: H2O e os episódios 2 e 3 da série Sexta-Feira 13) nem se dá ao trabalho de explicar por que um crocodilo de águas mornas se desloca até um lago gelado. Da primeira à última cena, a produçao é uma desculpa para embarcar nos clichês do cinema horror-trash. Sempre com direito a cenas de mau gosto, mostrando pessoas despedaçadas. A criatura divide a atençao do público com os personagens que acampam o redor do lago, muitas vezes servindo apenas de petisco para o bicho.

Bridget Fonda vive uma paleontóloga com problemas na vida amorosa que cai de pára-quedas na história - ao ser enviada pelo ex-namorado, chefe do museu em que ela trabalha, que começou a sair com outra de suas funcionárias. A moça de Nova York chega ao Maine reclamando de tudo (de insetos até condiçoes pouco higiênicas do acampamento), mas acaba se envolvendo no caso. Até porque ela cai nas graças do homem encarregado da missao de abater o crocodilo (vivido por Bill Pullman).

Ainda se juntam ao grupo um professor de mitologia (interpretado por Oliver Platt), o xerife da cidade (Brendan Gleeson) e uma velha maluca que alimenta o réptil como se fosse um bichinho de estimaçao - na pele da atriz Betty White, da série "Golden Girls", na melhor interpretaçao do filme.

Os diálogos sao pouco prováveis e o desfecho previsível, assim como todas as vezes em que o crocodilo ataca. O único elemento que faz a produçao fugir dos clichês do gênero é a mensagem ecológica (pouco provável nessas circunstâncias). Apesar de o réptil arrancar cabeças e pernas dos moradores, há quem se preocupe com o seu bem-estar.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;