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FHC diz que reforma da Previdência será desafio
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28/11/2002 | 00:38
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O presidente Fernando Henrique Cardoso considera a reforma previdenciária e a manutenção do equilíbrio financeiro das contas do governo os maiores desafios do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao jornal Zero Hora publicada nesta quarta-feira, Fernando Henrique disse não saber como o PT poderia tomar a iniciativa de fazer uma mudança que combateu, mas adiantou que, se Lula tentar, terá o apoio dele.

Para Fernando Henrique, a reforma previdenciária é mais importante que a tributária, mas as duas, dificilmente, andarão porque enfrentam interesses contraditórios. Ele lamentou não ter conseguido levar à previdência dos servidores públicos os mesmos ajustes que promoveu para os trabalhadores da iniciativa privada. "Não conseguimos convencer o país nem o Congresso de que é preciso fazer alguma coisa nessa matéria", reconheceu, lembrando que 25% do Orçamento da União são destinados a 3 milhões de funcionários públicos e aposentados.

Outras propostas que esbarraram na resistência do Congresso, segundo FHC, foram a unificação das polícias e a proscrição das armas de fogo. Ainda referindo-se à questão da segurança pública, o presidente lembrou que tentou criar um ministério para a área.

"Mas desisti porque não tínhamos instrumentos para utilizá-lo de forma efetiva", contou, deixando um conselho para Lula, caso ele queira retomar a idéia. "Ele vai ter de colocar muito recurso. Não é só dinheiro, mas gente competente." Para o presidente eleito, Fernando Henrique voltou a deixar a dica de não se submeter ao fundamentalismo de mercado e evitar o caminho do populismo.

O presidente disse que a herança que deixa para o futuro governo é a da estabilidade. "O povo brasileiro esqueceu o que é a inflação", afirmou, comparando o momento atual, quando um índice de 1% ao mês assusta os economistas, com o tempo em que era ministro da Fazenda, época em que a taxa chegava a 30% ao mês.

Sobre o futuro, o tucano adiantou que não tem a aspiração de voltar ao cargo. Pretende criar uma fundação e dedicar-se à análise das questões internacionais e de políticas públicas com a autoridade de quem é ex e não um político que está na briga.




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