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Celso quebra o silêncio e contra-ataca
Por Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
11/04/2009 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


As interrogações pairavam no ar. No entanto, o presidente do Esporte Clube Santo André, Celso Luiz de Almeida, resolveu rebater as críticas de que sumiu dos estádios, especialmente do Bruno Daniel. Estaria enclausurado em um dos gabinetes da sede social do Jaçatuba. Apesar de tudo, o dirigente jura que continua mais ativo do que nunca na rotina de quem, em apenas duas temporadas consecutivas, conseguiu escapar do rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro para colocar os pés na badalada elite do futebol estadual e nacional.

Celso Luiz fala dos novos tempos do Santo André. Atribui o tamanho do voo ao modelo implantado no clube. Também prevê a presença do time local no seleto bloco dos maiores times do País pentacampeão mundial. É esperar para ver. O que mais o incomoda, segundo ele, são as intrigas, as fofocas e as mentiras que sugeriam uma improvável renúncia do cargo. Abaixo, os principais trechos da entrevista exclusiva concedida ao Diário.

DIÁRIO - Depois da implantação do atual modelo empresa do Santo André, o senhor praticamente sumiu. Ficou muito mais distante do futebol, não é?
CELSO LUIZ DE ALMEIDA - Veja bem... Não estou ausente. Enganam-se as pessoas que assim pensam. Sou o presidente do Esporte Clube Santo André e o Ronan (Maria Pinto) preside a Gestão Empresarial. Os dois lados caminham juntos.

DIÁRIO - Mas o senhor continua distante. Não acompanha mais os jogos, é isso?
CELSO - De novo, estão enganados. Vejo tudo. Estou mais presente do que poderiam imaginar. Se o Ronan precisa de mim, ele me chama e vou lá para discutirmos assuntos de nosso interesse. Isso pelo telefone ou pessoalmente. Estou sempre à disposição para assinar documentos, participar de reuniões e...

DIÁRIO - Não houve uma divisão política?
CELSO - Não, isso não. Nunca tivemos problema de relacionamento. O que existe é uma coisa que... Coloco a instituição acima de tudo. Aqui, todos - eu, a diretoria e os funcionários - sabem que a Gestão Empresarial e o clube dependem um do outro. Não podem caminhar separadamente.

DIÁRIO - O senhor não interfere nas decisões do departamento de futebol?
CELSO - Temos objetivos comuns, mas ocupamos espaços que são respeitados lá e cá. O Ronan comanda o futebol do jeito dele. Nunca diria: ó, é assim que... Ele não precisaria disso. Olha só os resultados que aí estão.

DIÁRIO - Não há nenhuma divergência?
CELSO - A gente se entende da melhor maneira possível. Às vezes, dou meus palpites. Trocamos opiniões. Concordo ou discordo. Isso é uma coisa natural. Mas não passo dos limites. Não faço aos outros aquilo que não quero para mim. O que me chateava nos meus tempos de vice de futebol eram as interferências externas.

DIÁRIO - Há muito entrosamento entre vocês?
CELSO - Sim, nos entendemos. Mas não gosto de me intrometer. Não crio nenhum tipo de polêmica. Afinal, as coisas correm bem no ambiente do Santo André.

DIÁRIO - Então, valeu a mudança no antigo perfil que caracterizava o clube...
CELSO - E como... Um dia, sentimos que o futebol não sobreviveria naquele sistema. O que mais pesava era o lado financeiro. Até hoje pagamos dívidas altas daqueles tempos. O futebol é deficitário. A Gestão Empresarial buscou parcerias. Trouxe acionistas e patrocínios. O clube recebe dividendos. Não põe suporte de capital.

DIÁRIO - Como é que o senhor viu a transformação?
CELSO - Como falei, o EC Santo André não conseguiria sobreviver em cima daquele modelo. Portanto, seria necessário mudar. De repente, começamos a subir, subir... Se agora estamos na elite paulista e nacional é porque antes (gestão Jairo Livolis-Celso Luiz) chegamos à Série B. Plantamos lá atrás.

DIÁRIO - Desde o Projeto Jovem Santo André?
CELSO - Exato. Ninguém resiste à crise no futebol sem investir na base. Olha que lista... Revelamos Adauto, Ramalho, Fábio Santos, Maikon Leite, Pará, Alex, Richarlyson, Júnior Costa, Marcelo Ribeiro, Makanaki, Makelelê, Galiardo, Nunes, Juninho, Ricardo Goulart, Fred, Antônio Flávio, Cesinha, Chiquinho, Arthur e... Me esqueci de alguém? É um trabalho que não podemos interromper. É a saída para fortalecermos o caixa.

DIÁRIO - O senhor vê o Santo André no rastro dos grandes clubes?
CELSO - Vejo. Nossa campanha no Estadual mostrou isso. Mas, para que o clube assuma o perfil de grande, é seguir o andar da carruagem. Espero que a gente chegue lá. Temos uma vantagem sobre a maioria: a camisa. A nossa tradição é forte. É algo que...

DIÁRIO - O título da Copa do Brasil comprovou que...
CELSO - E olha que não ganhamos de uns bêbados em 2004. Simplesmente conseguimos derrotar equipes do nível do Palmeiras e, na finalíssima do Maracanã, ganhamos do Flamengo. Também conquistamos a Copa São Paulo de Juniores em 2003, uma das competições mais difíceis do futebol brasileiro.

DIÁRIO - E quanto ao futuro do senhor no Santo André?
CELSO - Sou o presidente até dezembro de 2010. Em seguida, haverá eleições. Pretendo desempenhar meu mandato da melhor maneira possível. Este é o meu desafio no Santo André. Ah, mais um detalhe: comentam que a gente queira retomar o futebol. É outra bobagem que falaram.

DIÁRIO - O senhor tentará reeleger-se?
CELSO - É cedo para tratarmos de eleições. Tenho um projeto a cumprir. A propósito, divulgaram na imprensa que eu renunciaria ao cargo para indicar o Livolis (Jairo), meu atual vice de futebol no Esporte Clube. Que o Lepori (Luiz Antônio, ex-presidente do Conselho Deliberativo) seria o candidato de oposição. Quem plantou a notícia falou isso num momento inoportuno. É pura falta de sensibilidade. Aqui, as principais correntes e lideranças estão comigo. O Jairo, o Bosco (João Bosco Padovani, vice-presidente executivo), o Pisaneschi (Duílio, presidente do CD).




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