Setecidades Titulo Comunicação
Rádios comunitárias sofrem com falta de investimento
Por Renata Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/11/2014 | 07:04
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Leis que não abrangem a realidade. Essa é a reclamação de trabalhadores que lutam para sobreviver em rádios comunitárias. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), há 4.556 emissoras do tipo no País, sendo 585 no Estado e 11 na região.
Exemplo é a Rádio Paraty, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, na luta desde 1996. Os profissionais se queixam da falta de incentivo do poder público e leis que atrapalham a conquista de patrocinadores. Por isso, é comum que as rádios comunitárias contem com voluntários. “Existe para auxiliar a população. Hoje temos em torno de 30 colegas que realizam trabalhos voluntários na rádio. Além de tocar boa música e ajudar o próximo, essas pessoas fazem o que gostam. E o que faz a gente persistir no trabalho é o amor à profissão”, disse o radialista Antônio Eustáquio, 68 anos.

Na sexta-feira, foi comemorado o Dia dos Radialistas e, apesar de toda a dificuldade para sobreviver, Eustáquio não pensa em desistir da profissão. “Sou aposentado e sempre trabalhei no meio de comunicação. Se ficar em casa parado, acho que ficaria doente.”
Outra reivindicação dos radialistas do Grande ABC é mais de uma frequência de transmissão.

Atualmente muitas rádios comunitárias usam a mesma sintonia, 87,5. Daí, surgem os problemas. Por exemplo, se uma pessoa está ouvindo a Rádio Paraty no carro e chega no Centro de São Bernardo, começa a escutar outra rádio comunitária, pois o sinal é o mesmo.
“Tivemos uma reunião no Ministério Público Federal em fevereiro e apresentamos 14 reivindicações de melhorias. Uma das queixas foi a limitação dos apoios culturais. Hoje a gente só pode dizer o nome e endereço de quem nos apoia, mas o comerciante quer seu produto divulgado, o que faz com que alguns deixem de nos procurar”, disse Eustáquio.

Segundo o radialista Iziel de Assunção, 55, que apresenta um programa de música alternativa na Rádio Paraty, o prazer se dá pela proximidade com a comunidade. Além disso, ele se alegra por conseguir emplacar novos cantores no cenário musical. “É muito gostoso encontrar alguém na rua e a pessoa se mostrar feliz porque a música que ela faz é tocada aqui.” 




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