Férias geralmente são sinônimo de descanso, no entanto, para alguns estudantes o período de recesso escolar no meio do ano pode ser oportunidade de dar ênfase a projetos em andamento ou investir em tarefas que contribuam com o aprendizado.

 Esse é o caso do aluno do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Victor Zoni, 23 anos. Ele é um dos jovens da equipe AeroDesign, que desenvolve iniciativa no ramo aeronáutico. “Há quatro anos estou no projeto e tenho essa rotina nas férias de julho. No começo, era complicado, mas agora a maioria dos meus amigos e a família já se acostumaram.”

 O jovem diz passar cerca de dez horas por dia na instituição. “É cansativo, mas vale a pena. Estou aprendendo coisas que jamais saberia se estivesse em outro lugar.”

 Outro que abriu mão do descanso foi o capitão da equipe FEI Baja, Sheldon Zabulon, 19. O aluno do curso de Engenharia de Automação destaca que o período sem aulas é ideal para a realização de testes com o carro. O jovem fica das 8h às 22h na oficina, dentro da instituição de ensino. “Às vezes, até bate o cansaço, mas a gente usa o fim de semana para descansar e ainda sobra as férias de dezembro”, afirma.

 O estudante de Engenharia Mecânica Matheus Garcia, 21, é um dos 36 integrantes da Jr FEI, associação civil sem fins lucrativos que existe há 15 anos na instituição. A tarefa dos alunos, que exercem trabalho voluntário, é organizar projetos e consultorias nas áreas de Administração, Ciência da Computação e Engenharias.

 “A empresa não interrompe as atividades, então, a gente usa esse período para discutir os projetos em andamento, fazer reuniões ou finalizar outras ideias”, comenta Garcia. Para o aluno, o momento é oportunidade de desenvolver habilidades, como trabalho em grupo e liderança. “Os pais apoiam porque enxergam isso como investimento na graduação”, diz.

 O coordenador do curso de Engenharia Mecânica da FEI, Roberto Bortolussi, destaca que a soma da proatividade dos jovens com a responsabilidade adquirida ao longo do curso é o que os move a aproveitar o período de recesso das aulas para investir em projetos que possam render frutos no futuro. “Existe até mesmo cobrança dos próprios estudantes que já concluíram os projetos para que a dedicação seja mantida.”