Testemunha da chacina do Jardim Kennedy, em Mauá, deve fazer reconhecimento nesta quarta de cinco policiais militares suspeitos do crime, na sede da Corregedoria da Polícia Militar, na capital. Morreram três pessoas e outra foi baleada duas vezes na cabeça, mas sobreviveu à chacina, que ocorreu dia 9 de janeiro.

Protegida pelo programa de proteção à testemunha do Ministério Público, a pessoa que teria presenciado o crime reconheceu por foto e pessoalmente três dos policiais. Outros dois foram apenas identificados por meio de fotografias, um deles por estar de bigode, com dúvidas. Outra testemunha reconheceu alguns PMs por fotos, mas se negou a ir ao 30º Batalhão da Polícia Militar, em Mauá, para identificar os policiais pessoalmente.

Na quinta-feira, a testemunha que está protegida pelo MP passou por acareação com a vítima sobrevivente da chacina. O rapaz de 17 anos, baleado duas vezes na cabeça, acabou ficando cego. Ao contrário da testemunha, ele diz não ter visto nenhum policial fardado nem viatura no local.

Com a divergência, possível pedido de prisão dos PMs deve ocorrer somente depois que alguma prova técnica, como análise de balística, comprove as suspeitas. Os policiais estão afastados de serviços externos desde fevereiro, depois de denúncia públicada pelo Diário, com depoimento de testemunhas do crime. Willian Finco, 19 anos, apontado como o chefe do tráfico de drogas na favela, foi assassinado poucos dias após a presença da reportagem no local.

Segundo testemunhas entrevistadas, os mesmos policiais seriam reponsáveis por outra chacina, que vitimou três pessoas, em 23 de julho de 2005.