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Por que jogador de futebol tem brinco?
Caroline Ropero
Especial para o Diário
28/08/2011 | 07:00
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Para o jogador de futebol, usar brincos caros pode representar riqueza e sucesso na carreira, já que grande parte deles veio de família pobre. Mas também pode ser apenas gosto por acessórios ou desejo de imitar um ídolo.

Essa moda não é nova, sempre existiu entre competidores no mundo todo de vários esportes. No futebol, Romário, Ronaldinho, Maradona já eram adeptos, mas o fato ficou em evidência na última década, quando David Beckham passou a usar um brinco de diamante em cada orelha. Além de bonito e elegante, é ídolo não só como jogador, mas é admirado por outros homens por ser bem-sucedido e ser casado com mulher bonita.
Usar acessórios para se diferenciar já era comum nos séculos 15 e 16. As roupas de homens e mulheres eram semelhantes; a diferença é que elas usavam vestidos e eles calças, mas cores e tecidos eram parecidos. Os dois também usavam brincos, colares, perucas e maquiagem. Esse costume diferenciava a elite (população rica que via o trabalho como sinal de pobreza) do povo que trabalhava e vivia nas áreas mais pobres.

Mas nos séculos 18 e 19 as referências de elegância masculina mudaram. Os acessórios foram deixados de lado, assim como maquiagem e roupas bem coloridas. Só a partir dos anos 1960 e 1970, eles voltaram a deixar o cabelo crescer e usar brincos, principalmente entre grupos artísticos, população da periferia e jogadores de futebol que, cada vez mais, tornavam-se celebridades.

Se deixar de usar, furo pode fechar

Quando nos machucamos, o organismo trabalha para curar a ferida. Em geral, forma-se casquinha no local e, depois de certo tempo, a pele volta ao normal. Acontece o mesmo quando furamos a orelha. No entanto, como há um intruso lá, que no caso é o brinco, não é possível tapar o buraco. A cicatrização ocorre apenas no contorno do furinho.

Esse processo pode mudar de uma pessoa para outra. Tem quem fique anos com o brinco na orelha e, ao tirar, o furo desapareça, mas pode permanecer aberto para sempre. Não há regra.
É importante tomar cuidado na hora de furar. Hoje isso não pode mais ser feito em farmácias; tem de procurar um médico ou profissional habilitado que use materiais esterilizados. Depois precisa cuidar bem para não inflamar.

Algumas pessoas não podem usar bijuteria na orelha, porque certas substâncias podem irritar a pele. Nesse caso é indicado peças em ouro para não provocar alergia.

Tem de tomar cuidado com peças grandes

Jogador de futebol pode usar todo tipo de acessório, mas quando entra em campo tem de deixar tudo no vestiário. Isso é exigido em todos os esportes para que o atleta não machuque a si nem o adversário. A regra diz que não se deve usar piercing, brincos, pulseiras, cordões, colares e anéis. Se desobedecer pode ser expulso.

O mesmo vale para qualquer esporte e em algumas atividades diárias, como as aulas de educação física. Os brincos podem atrapalhar a brincadeira se forem grandes; deixe-os para usar quando for passear. Se enroscar na roupa ou em algo, podem até rasgar e orelha. E se forem pesados, podem alargar o furo e também rasgar a pele. Nesse caso, só volta ao normal após cirurgia.

Os adultos que usam alargador têm de tomar cuidado porque esse acessório modifica o lóbulo da orelha, que é uma região bem elástica. Nem sempre o furo diminui quando parar de usar, e ainda a área pode exigir cirurgia para reparar os danos.

Vitor Teixeira Betega, 7 anos, de Mauá, sonha ser jogador de futebol e quer entrar no estilo desde já. "Quase todos usam brinco, então quis fazer igual", diz o garoto, que criou coragem de furar a orelha ao ver o exemplo dos primos mais velhos, que também usam. No entanto, teve trabalho para convencer o pai. "Minha mãe deixou logo."

Consultoria de Patricia Sant'Anna, pesquisadora do Grupo de Estudos de Arte, Design e Moda da Unicamp, e Marcos Martinez, dermatologista da Faculdade de Medicina do ABC

 




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