A ex-secretária de Finanças de Mauá Valdirene Dardin, libertada na quarta-feira após 95 dias presa sob acusação de ter sacado R$ 230 mil de conta da Prefeitura entre 2003 e 2004, passou o dia de ontem recebendo familiares e falando ao telefone com amigos. À noite, a família se reuniu para rezar um terço em agradecimento à libertação da ex-secretária. Segundo um familiar, Valdirene tem chorado muito.

Nesta sexta-feira, ela deve se encontrar com o advogado Roberto Delmanto, pai do encarregado da defesa da ex-secretária, Roberto Delmanto Júnior, e que assumiu o caso enquanto o filho está de férias, que terminam no dia 16 deste mês.

Valdirene estava presa preventivamente desde 30 de setembro do ano passado, aguardando o julgamento do processo que corre contra ela na 6ªVara de Mauá. Na quarta-feira, o TJ (Tribunal de Justiça) concedeu habeas-corpus à ex-secretária.  

Promotor – A soltura de Valdirene foi considerada “uma decisão mais amena” pelo promotor do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Repressão e Combate ao Crime Organizado) Roberto Wider Filho, que investigou o caso junto a outros dois representantes do Ministério Público, Adriana Ribeiro Soares de Morais e Amaro Thomé Filho.

“A mim não constrange nada ela ser solta, mas lamento apenas uma decisão mais amena da Justiça em um caso de corrupção como este”, declara Wider. “Em direito não tem vencedor ou perdedor”. Valdirene poderá tentar apresentar novas testemunhas no caso, diz o promotor. “Mas o juiz Dirceu Brisolla Geraldini (que decretou a prisão preventiva) provavelmente não deixará o processo perder o rumo”, acredita Wider.