A Sotaque Brasil saiu na frente na concorrência pela conta publicitária da Prefeitura de São Caetano e recebeu a maior nota da subcomissão de avaliação técnica, 7,24. Há suspeita de conluio no certame. A agência é ligada ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), contratada do Paço são-bernardense e do Consórcio Intermunicipal, entidade gerida pelo petista. Desclassificada, a CIN Comunicação Integrada informou que vai se manifestar após conhecimento do julgamento detalhado da subcomissão.

O ranking técnico das cinco interessadas no contrato que poderá chegar a R$ 33,2 milhões, se for renovado por cinco anos, tem peso de 0,8 na decisão da concorrência. O próximo passo da licitação será a disputa de preços, que tem peso 0,2 no resultado. A expectativa é abrir os envelopes com as propostas financeiras na terça-feira que vem, isso se não houver pedidos de impugnação ao processo dentro do prazo de cinco dias úteis a contar a partir de hoje.

Na segunda posição ficou a Octopus – detentora da menor fatia do contrato com o Paço de São Bernardo –, com nota 6,632, seguida da Paz Publicidade e Marketing, com pontuação de 5,88. A Área Comunicação Propaganda e Marketing e a CIN Comunicação Integrada foram desclassificadas do processo por terem avaliações abaixo da nota de corte.

A formação da subcomissão de avaliação técnica é a principal polêmica envolvendo o certame. Aline Coppini, funcionária do Paço de São Caetano, foi responsável pela nota dada à Sotaque ao lado de outra servidora da cidade e um da Comunicação de Mauá. Ela trabalha ao lado de Nathalie Conrado, também servidora são-caetanense e ex-funcionária da agência.

Secretária adjunta de Comunicação de São Bernardo, Gabriela Rocha foi indicada para compor a subcomissão técnica, mas foi excluída do grupo. Na concorrência executada pelo Consórcio em que a Sotaque faturou contrato de R$ 9 milhões, Gabriela esteve entre os integrantes do corpo que fez o julgamento técnico do processo.

Presente na segunda sessão da concorrência, o representante da Área Comunicação Propaganda e Marketing Emerson Antonio Pagani contestou a desobediência a item do edital que versa que a nota técnica final das agências deveria ser calculada por fórmula específica e não apenas seguir o veredicto da subcomissão. “Se a nota fosse aplicada, todas as agências seriam desclassificadas.”

A informação foi registrada na ata da sessão. Funcionário do Palácio da Cerâmica justificou o descumprimento do edital com a alegação de que a interpretação deve sempre favorecer à ampliação da disputa e evitar restrições.

Com a demissão de Neusa Maria Sacchi da chefia de licitações, pregões e contratos, Morgana Montanari Peres foi quem conduziu os trabalhos.