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Jovem acusado de matar ex-mulher em São Bernardo é preso pela Deic

Wagner Lima de Oliveira confessou o crime por motivo de ciúmes e desgosto com declarações da ex-companheira

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
06/10/2020 | 19:30
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Reprodução


A Deic (Delegacia de Investigações Criminais) prendeu, ontem, Wagner Lima de Oliveira, 35 anos, após confessar ter matado a ex-mulher Claudia Fernanda Santos Oliveira, 25, desaparecida desde 20 de setembro, depois de ter saído de sua casa, em Santo André, para visitar os filhos que estavam sob guarda paterna, em São Bernardo. A Justiça decretou a prisão temporária do jovem por 30 dias.

Na ocasião, a jovem foi até a casa de Wagner, com quem foi casada por dez anos, para passar um tempo com os dois filhos e, desde então, não foi mais vista, tampouco retornou aos contatos de amigos e familiares. A vítima de feminicídio era manicure e mantinha salão na Rua Jurubatuba, em São Bernardo, e, embora estivesse devendo dinheiro para agiotas e colegas – o que fez com que fosse ameaçada e procurada com frequência –, nunca havia deixado o local, o que chamou atenção de sua sócia, além do amigo com quem dividia o apartamento.

Diante do desaparecimento, o próprio autor procurou a polícia para registrar a ocorrência, que culminou na investigação criminal. Na tarde de ontem, porém, Wagner acabou confessando a autoria do assassinato, por motivo de ciúmes e desgosto com declarações da ex-companheira.

Este foi pelo menos o quarto feminicídio registrado no Grande ABC este ano. Em 2019, a região teve 11 casos de homens que tiraram a vida de mulheres.

Familiares e amigos de Claudia temiam pelo pior, sobretudo porque afirmavam que Wagner teria entrado em contradição sobre as versões que contava sobre o domingo em que a jovem estava em sua casa. Segundo os depoimentos, a relação do casal era conturbada e o ex-companheiro já tinha ameaçado a manicure com arma de fogo anteriormente.

A investigação foi presidida pelo delegado Cristiano Sacrini Ferreira, que desvendou a autoria do caso após ouvir diversas testemunhas e pessoas envolvidas com Claudia. Segundo a polícia, durante as apurações eles descobriram, através de pesquisas por sinal de celular, que Wagner, diferentemente do que tinha afirmado anteriormente, não teria ido em uma lanchonete com os filhos naquela noite, assim como o sinal do celular de Cláudia não notificava relação com a casa dele, tampouco com a dela.

Segundo o autor, durante a visita, os dois acabaram mantendo relações, logo depois que ele informou que pretendia muda-se para Portugal para trabalhar como motorista. Na sequência, passaram a discutir sobre as traições de Claudia que, por sua vez, disse ao ex-companheiro que estava saindo com outros homens, assim como um amigo de Wagner. Ele afirma que a situação o deixou constrangido e irritado, momento em que pegou um revólver calibre 38 e com um travesseiro abafou o som do disparo, que acertou o lado esquerdo da cabeça de Claudia.

Ainda de acordo com o relato do criminoso, no dia dos fatos, os filhos estavam na casa e, para que não vissem a mãe morta, ele transportou o corpo da jovem dentro de um saco até às margens da Rodovia Anchieta, depois da balsa do Riacho Grande. Wagner levou a polícia ontem ao local onde o corpo foi encontrado e encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal).

Em depoimento, Wagner mostrou-se arrependido do ato, porém, justificou que teria sido “muito magoado” por Claudia. O homem revelou ainda que, enquanto casados, a jovem dizia que queria se prostituir, além de deixar dívidas que ele e o pai tiveram de arcar.

O Diário conversou com a equipe de investigação, que não descarta que Wagner tenha tido auxilio de terceiros para finalização do crime. O caso foi registrado no 3º DP (Assunção), porém, as investigações seguiram através da Deic.




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