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Seqüestradores de Diniz sao transferidos para a Argentina
Do Diário do Grande ABC
02/07/1999 | 11:12
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Os dois últimos seqüestradores do empresário Abílio Diniz presos em Sao Paulo, que serao transferidos para Buenos Aires, Argentina, deixaram o presídio do Carandiru por volta das 9h30 desta sexta-feira, segundo informaçoes da Rádio CBN. Humberto e Horácio Paz iam embarcar no vôo 411 das Aerolíneas Argentinas às 11h25 mas, segundo informaçoes da Rádio Jovem Pan AM, a companhia informou que o vôo foi cancelado. Por isso, eles esperam na sala da Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, até que possam embarcar no próximo vôo, o número 1424, com horário previsto para as 12h40.

Quase dez anos atrás, os irmaos argentinos comandaram o grupo que seqüestrou o dono da rede de supermercados Pao de Açúcar. Nesta sexta, eles entrarao no 12.º dia da sua terceira greve de fome em pouco mais de um ano. Na capital argentina, eles cumprirao o restante de suas condenaçoes pelo crime. Humberto foi condenado a 18 anos e 10 meses de prisao e Horácio a 17 anos e 10 meses.

A transferência dos presos para a Argentina só está sendo possível por causa de um tratado de assinado pelos governos do Brasil e daquele país. Além dos Paz, outras oito pessoas foram condenadas pelo seqüestro de Diniz. Dois canadenses e cinco chilenos já foram enviados para seus países. O único brasileiro do grupo, Raimundo Rosélio Costa Freire, foi transferido para o Ceará, onde recebeu a liberdade condicional - o mesmo já ocorreu com os dois canadenses.

Sacolas - Na quinta-feira, enquanto aguardavam a transferência, os seqüestradores colocaram suas coisas em sacolas do Pao de Açúcar. Receberam a visita de Carlos Paz, filho de Humberto. Durante o dia, foram examinados pelo diretor-médico do COC, Ricardo Cypriani. "Hoje eles estao em condiçao de viajar; amanha, nao sei".Humberto emagreceu 7,3 quilos desde o início do protesto e Horácio, 7,1 quilos. A perda é semelhante à da segunda greve de fome, a mais longa já feita em prisoes brasileiras. Iniciada em novembro, ela acabou em janeiro, após 46 dias.

Os dois também aproveitaram para escrever cartas de despedida para o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Joao Pedro Stédile, para o deputado federal José Dirceu (PT-SP) e para o presidente de honra do PT, Luís Inácio Lula da Silva. Em outra carta garantiram que, embora o seqüestro tenha sido um erro político, nao se arrependem dos motivos que os levaram a cometê-lo: ajudar a guerrilha de El Salvador.




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