Economia Titulo
Veículos terão valores estabilizados
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
18/02/2011 | 07:17
Compartilhar notícia


O preço do carro zero-quilômetro deve estabilizar nos próximos meses. E os responsáveis são o BC (Banco Central), que anunciou medidas para conter o crédito no País, e o próprio setor automotivo. Em janeiro, a Grande São Paulo teve deflação nos veículos novos de 0,05%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o economista e pesquisador do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) André Braz, o índice de inflação da instituição de ensino captou avanço médio de preços de 0,35%, considerando o País inteiro. "Mas a tendência é de estabilidade daqui em diante."

Braz revelou que, segundo levantamento do Ibre/FGV, o veículo novo subiu, em média, 2,57% entre fevereiro de 2010 e janeiro de 2011. No mesmo período, os carros usados caíram 3,49%. "E no mês passado os usados tiveram queda de 0,58%."

No entanto, o pesquisador avaliou que a demanda tanto para novos quanto para usados apresentará retração nos próximos meses. "O aumento da Selic deve estimular uma desaceleração na demanda, pois os juros estão subindo."

Para o professor de Economia Radamés Barone, da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), a disputa no mercado será a responsável pela estabilidade. "A grande concorrência no setor está garantindo a manutenção dos preços. Os juros não devem diminuir a demanda por veículos, que resultaria em queda de preços."

Barone destacou que os consumidores não levam em consideração o custo do crédito na hora de comprar um carro. "Ele não olha as taxas de juros, mas sim o valor da prestação. Portanto, aumento na Selic não deve resultar em reduções na demanda e nos preços", explicou.

MECANISMO - No dia 20, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevou a taxa básica de juros Selic de 10,75% ao ano para 11,25%. Este acréscimo tem como objetivo desacelerar a inflação. A expectativa da autarquia é que o consumidor pegue menos empréstimos e consuma menos. Outro levantamento, o da Agência Autoinforme, também de janeiro, mostra que o País teve queda média de 0,04% nos preços dos veículos automotores.

Entre as quatro marcas mais conhecidas dos consumidores, apenas a Fiat teve pequena redução média em seus veículos novos, com -0,14%. Automóveis da Ford, General Motors e Volkswagen tiveram quase que estabilidade nos seus preços, subiram, em média, 0,79%, 0,34% e 0,38%, respectivamente.

COMBUSTÍVEL - De acordo com o IBGE, o preço do álcool na Região Metropolitana subiu 3,43%, quase quatro vezes a mais que a inflação paulista no mês, de 0,88%. E a gasolina acompanhou o movimento, inflacionando 0,68%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;