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Cinema feito na raça

Milton Santos Jr., cineasta de São Bernardo, lança ‘Na Hora da Morte’, seu 26º filme

Vinícius Castelli
02/04/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Milton Santos Jr. é incansável. Ele abraça seus projetos, arregaça as mangas, dribla desafios e faz com que ganhem luz. Agora, o cineasta baiano radicado em São Bernardo, na Vila São Pedro, dá vida ao 26º filme, Na Hora da Morte. A produção independente será exibida na Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André (Avenida Utinga, 136), na Chácara Pignatari, dia 18, às 19h. A entrada é gratuita. Outras exibições ainda estão em agendamento.

Gravado em São Bernardo, Diadema e São Paulo, Na Hora da Morte é um curta de suspense psicológico. A obra trata sobre o medo que as pessoas têm do desconhecido, além de abordar as maldades das quais os seres humanos são capazes. O filme narra a história de Helena (Luciene Silva), uma dona de casa que participa de reality show e troca de casa com outro participante, Marcos (Danilo Correa), e passa momentos de terror dentro da residência.

A obra começou a ser pensada após a leitura de Machinima, da autora Patricia Moran. “(O livro) Fala de um processo de audiovisual muito usado em videogames e jogos em geral, em que é feita uma experiência com um casal, como se fosse reality show”, explica o cineasta. Além de assinar a direção e roteiro, Santos participa do elenco – ele é um policial figurante – e também assume a operação de câmera. “Hoje, em alguns filmes, já tenho colegas que me ajudam, mas no início fazia tudo mesmo”, conta.

Entram em cena, além de Santos, outras 12 pessoas. Isso sem contar com operadores de áudio e drone, entre outros profissionais. Tudo é feito por amor ao cinema e na base da amizade. “Os atores não receberam cachê, gostaria de pagar o deles e ganhar também”, diz. “Mas como é um filme feito sem apoio financeiro e com recurso zero, não é possível. Então, funciona em parceria, um ajudando o outro na realização do filme”, explica Santos. No total, ele gastou cerca de R$ 1.500, entre logística, materiais para confecção de cenários e energia elétrica.

Santos afirma procurar Leis de Incentivo para arrecadar verba. “Tento alguns editais de patrocínios, porém encontro muita burocracia para produtoras pequenas como é a minha.” Ele diz que entre as dificuldades em ser um cineasta no Brasil e trabalhar de forma independente estão disponibilidade de tempo, além de ter que realizar as ideias, muitas vezes, pela metade. Não poder divulgar o filme tanto como gostaria e deveria também incomoda Santos. “Até mesmo para a produção tradicional é difícil. As salas de exibição são dos estrangeiros”. Para ter sua obra exibida, ele busca, como solução, participar da maior quantidade de festivais.

De quando lançou seu primeiro filme, Bola Dourada,em 2000, quando tinha 35 anos, Santos, hoje com 53, acredita ter mudado algo na sua fórmula de fazer cinema. “Me sinto mais experiente, conhecedor de minha missão em fazer cinema e da responsabilidade em expressar opiniões sobre alguns assuntos. Também me considero cada vez mais sem limites para fazer o ‘sonhar’ de cada amante de filmes”, explica.

Mesmo com tantos obstáculos, ele se sente honrado e feliz em fazer arte. Uma das maiores alegrias é viver o clima do set de filmagem, além de “criar história, personagens, mexer com a cabeça das pessoas e vê-las sentindo aquela emoção que você quer que sintam. É muito gratificante”.




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