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Doação de área em Mauá para Banda Lyra por decreto é um risco
Por William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
14/06/2009 | 07:57
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A Banda Lyra vê o sonho da nova sede própria em Mauá entre a cruz e a espada. Na esperança de ter um espaço adequado para fazer seus ensaios, a direção espera que o terreno almejado, nas proximidades do Corpo de Bombeiros, venha por força de lei, e não apenas por decreto. O risco de adotar esta medida é que o ato pode ser desfeito a qualquer momento pelo chefe do Executivo, sem a necessidade de consulta à Câmara.

A solução arriscada é defendida pelo prefeito Oswaldo Dias (PT), que durante a campanha afirmou que Banda Lyra seria "prioridade". Mesmo assim, os vereadores do PT determinaram a retirada do projeto de lei que garantia, de forma definitiva e sem riscos, a doação da área aos músicos.

O medo do principal entusiasta da ideia da doação por lei, Carlos Binder, maestro da banda, é que no futuro o terreno cedido por decreto seja "retomado" da mesma forma. "Não posso trocar o investimento já feito em nossa sede atual pela construção em um local que não temos certeza se será permanente", explica.

Uma nova casa não é uma "questão de luxo" apenas, defendem os interessados no progresso da banda. Vizinhos da atual sede se mostram incomodados com ruído proveniente dos instrumentos e até a polícia já foi chamada para interromper ensaios no local. Em uma das ocasiões, todos acabaram na delegacia.

A falta de um lugar adequado para fazer soar trompetes e tambores em Mauá afora obriga o grupo a tocar de forma improvisada na Praça da Bíblia. A céu aberto, não é sempre que os músicos contam com as bênçãos de um dia ensolarado. O tempo fecha vez ou outra. No inverno, o frio e o vento mauaenses são implacáveis. Alguns integrantes são crianças, com 10 anos de idade.

Na manhã de ontem, o grupo de 300 pessoas buscou refúgio no ginásio da Associação Atlética Industrial. Sem vizinhos por perto, instrumentistas puderam ensaiar em paz. Quando a reportagem do Diário chegou, os músicos atacavam com "Thriller", de Michael Jackson. No fim, tocaram "My Way", de Frank Sinatra. É prova do repertório variado da banda, que completará amanhã 75 anos, lutando para continuar a existir.




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