Política Titulo Cortes
Contratos serão
revistos em Diadema

Secretários da Prefeitura terão de reavaliar os acordos do
antecessor Mário Reali para tentar enxugar custo em até 20%

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/01/2013 | 07:00
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O secretariado do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), terá de rever todos os contratos firmados pela administração de Mário Reali (PT). A intenção da nova gestão é enxugar entre 15% e 20% os gastos com fornecedores. Somente em dezembro, o Executivo despendeu R$ 30,3 milhões com custeio, sem incluir valores de salários de servidores públicos.

Segundo dados do portal da transparência do Paço, a Secretaria de Obras foi a mais onerosa para a administração municipal em dezembro. O setor, que é chefiado pelo vereador Márcio da Farmácia (PV), despendeu R$ 14 milhões dos cofres públicos com contratos de custeio. A Pasta de Educação, gerenciada pelo também parlamentar Marcos Michels (PV), demandou R$ 4,2 milhões no último mês de gestão Reali.

Lauro justificou o pedido ao secretariado devido à situação financeira que encontrou na Prefeitura. Durante a transição, o verde informava que a dívida total do Executivo era de R$ 1,1 bilhão. Ontem, ele afirmou que o passivo global do Paço é de R$ 1,7 bilhão - R$ 600 milhões a mais do que a equipe técnica do verde estimava. "Precisamos de medidas de austeridade e essa é uma delas", alegou o prefeito.

Outra ação para enxugar a máquina administrativa anunciada pelo novo governo é o contingenciamento de 5% do Orçamento, estimado em R$ 932,9 milhões para este ano. Ao todo, R$ 55 milhões serão congelados. "Iremos priorizar gastos extremamente necessários, como contratos nas áreas de Saúde, Educação e Segurança", salientou Lauro. "Fiz isso porque a situação da Prefeitura é complicada."

No dia de sua posse, Lauro admitiu que sua marca de gestão vai demorar ao menos um ano para ser implementada no poder público diademense. Além dos problemas financeiros, ele citou dificuldades de estrutura da Prefeitura.

Uma de suas primeiras ações como prefeito foi vistoriar repartições públicas e conversar com servidores de carreira sobre a situação de cada departamento. O chefe do Executivo afirmou que em algumas áreas da Prefeitura falta até papel higiênico.

 

CERTIDÃO

Parte do contingenciamento, segundo Lauro, será utilizada para recuperar o CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária). O documento, expedido pelo Ministério da Previdência, garante a transmissão de recursos federais, estaduais e de emendas parlamentares a municípios adimplentes.

O CRP de Diadema está bloqueada devido à dívida da Prefeitura com o Ipred (Instituto de Previdência do Servidor Municipal de Diadema). Para a liberação, o Paço precisa depositar integralmente R$ 19 milhões nas contas da autarquia municipal - hoje sob comando de José Sérgio Mastrantônio.

Cálculos do prefeito mostram que R$ 98 milhões em recursos já autorizados estão impedidos de serem utilizados pelo Executivo pela ausência do CRP. A maior parte dessa verba é de contrapartida de projetos aprovados pelo governo federal e encaminhados por Reali.




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