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Eleição, só com união

O ex-ministro e candidato permanente José Serra, do PSDB, vem se queixando de seu isolamento partidário.

Carlos Brickmann
09/01/2013 | 00:00
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O ex-ministro e candidato permanente José Serra, do PSDB, vem se queixando de seu isolamento partidário. Há quem diga (entre eles, alguns de seus amigos) que pensa em deixar o PSDB para aderir a um outro partido, ou mesmo fundar um outro partido, para se candidatar à Presidência mais uma vez.

José Serra é um candidato interessante: como acha que está isolado, quer dar um jeito de ficar mais isolado ainda.

O fato é que Serra se candidatou duas vezes e foi derrotado. Seu grande guru político, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lidera hoje as articulações para que os tucanos lancem a candidatura do senador mineiro Aécio Neves. Tudo bem que Serra não queira apoiar Aécio, que o traiu nas duas vezes em que se candidatou. Mas sair sozinho, sem estrutura, para disputar um cargo que já tentou duas vezes, a bordo de um partido estruturado, sem sucesso, ou é vingança boba ou ansiedade de quem, mais velho que os concorrentes, não quer deixar de aproveitar a última oportunidade de chegar lá. Ulysses Guimarães, o lendário comandante da oposição à ditadura militar, fez coisa parecida: barrou no PMDB o candidato mais forte, Orestes Quércia, por achar que ele, Ulysses, tinha ali sua última chance. Perdeu feio, claro. E cortou definitivamente o caminho de Quércia para o Planalto. Por incrível que pareça, o PMDB só chegou lá com Sarney.

Dá para ganhar sozinho? Dá, mas as chances são mínimas. O correto é juntar forças, armar estruturas, forjar alianças de peso. Eleição é união.

UNIÃO NANICA

Serra, na verdade, quer forjar alianças. Por exemplo, com o PPS de Roberto Freire. É a união da falta de fome com a vontade de não comer.

NANICOS, UNI-VOS!

A ex-senadora Marina Silva bem que se articula para ser candidata novamente ao Palácio do Planalto. Na última eleição, foi bem, no comando de partido pequeno, o PV, mas navegando oportuna onda verde. Desta vez, pensa em unir-se ao Partido Ecológico Nacional. Procure no Google, deve estar lá.

NA ZONA DO AGRIÃO

Lembra de Ciro Gomes, antilulista, lulista, tucano, ex-arenista, candidato à Presidência, candidato que não chegou lá à prefeitura de São Paulo? Agora ele mudou mesmo de ramo: é o novo comentarista esportivo da rádio Verdes Mares, de Fortaleza, do grupo Édson Queiroz. Vai acompanhar os treinamentos da Seleção Brasileira para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. O salário não foi divulgado, mas os comentários foram muito bem negociados. Detalhe interessante: Renata Queiroz, filha do falecido empresário Édson Queiroz, é mulher do tucano Tasso Jereissati, que foi amigo-aliado-irmão-de-fé de Ciro e de seu irmão, o governador Cid Gomes, até que a política os separou. Haverá no magnífico contrato de Ciro Gomes algum sinal de reconciliação?

JÁ AVISARAM OS ENFERMEIROS?

O novo secretário da Segurança de São Paulo, procurador Fernando Grella, determinou que pessoas feridas em confronto com a polícia e vítimas de crimes só possam ser socorridos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), nunca pela PM. Grella jamais contará a verdade inteira sobre sua decisão (e o governador tucano Geraldo Alckmin nem sabe muito bem o que é que esta estranha palavra, ‘verdade', significa - e basta olhar seu nariz compridinho e fininho para ter certeza disso), mas o objetivo é impedir que, após ferir pessoas em tiroteios, certos policiais militares terminem o serviço - o que vem acontecendo com frequência rigorosamente inaceitável. O problema é outro: alguém já avisou o Samu das novas funções e lhe forneceu verbas e estrutura para exercê-las? O número de ambulâncias do Samu não é suficiente nem para atender a seu trabalho atual. E a norma do secretário da Segurança não faz qualquer menção ao reequipamento do serviço. No fundo, é bola pra frente que talvez dê certo em alguma ocasião




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