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'Vice deve se restringir ao seu papel', diz vice de Ribeirão
Por Miriam Gimenes
Especial para o Diário
17/07/2005 | 08:19
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"O vice tem de ter o cuidado de se restringir ao papel dele, para não assumir as funções do prefeito." É assim que a vice-prefeita de Rio Grande da Serra, Helenice Arruda (PTB), vê o cargo que ocupa no município. Formada em Pedagogia, trabalhou durante 23 anos em Educação, a maior parte em escolas municipais. Hoje, preside o Fundo Social de Solidariedade, cargo que assumiu junto com o de vice do prefeito Adler Kiko Teixeira, em janeiro. No fundo, desempenha projetos que visam ajudar as pessoas carentes, através de trabalhos sociais.

Helenice sempre atuou na política junto ao pai (José Carlos Arruda foi eleito três vezes vereador do município, presidente da Câmara e prefeito - de março de 1997 a março de 1998 - quando foi assassinado), mas somente na "parte burocrática da política", dentro dos partidos. "Quando aconteceu a tragédia com o meu pai, fiquei decepcionada com a política", confessa. Mas, com o convite do candidato à prefeitura Adler Kiko Teixeira (PSDB), e com o apoio dos familiares, decidiu aceitar a tarefa. "Trabalhar nos bastidores é uma coisa, mostrar a cara é mais complicado", completa.

Seu trabalho na Prefeitura é composto de atendimentos, às terças e quintas-feiras pela manhã, aos munícipes. "O que a população mais me pede é emprego. Nós não podemos ajudar a todas as pessoas, mas fazemos o que está ao nosso alcance", diz. Para reverter a situação, através do Fundo Social, busca algumas fontes de renda às pessoas, através dos projetos. No fundo, o atendimento é de segunda à sexta-feira. O mandato do Fundo de Solidariedade é de dois anos e pode ser prorrogado.

Casa de Brinquedos - Um dos projetos desenvolvidos é a Casa de Brinquedos, que deve entrar em funcionamento no próximo mês. O objetivo é atender cerca de 25 crianças diariamente, com intuito de dar o lazer que os pais não têm condições de proporcionar. "Os brinquedos vêm do Fundo Social de Soliedariedade do Estado", diz Helenice. Segundo ela, além dos brinquedos, as crianças terão acompanhamento psicológico e pedagógico. "Duas funcionárias estão fazendo curso de brinquedista, para ajudar as crianças." Poderão participar do projeto também alunos até a quarta série das escolas estaduais e municipais.

Outro projeto desenvolvido é o Coral da Terceira Idade, com aulas às terças e quintas-feiras. Atualmente são atendidos 18 idosos. "Estou buscando parcerias para compra de uniformes e outros materiais a serem utilizados por eles", diz a vice-prefeita.

A Faculdade Uniban está realizando uma pesquisa na área da Saúde e, assim que terminar o cadastramento, diz Helenice, a prefeitura irá identificar as pessoas com necessidades especiais do município. O principal objetivo é de ajudá-las através de esportes e atividades geradoras de renda, além da inclusão social. "Essas pessoas querem participar de atividades, mas nunca têm oportunidade", finaliza. Os resultados da pesquisa devem sair dentro de um mês.

O destaque para esse primeiro semestre, de acordo com Helenice, vai para a campanha do agasalho. Ela disse que a meta de arrecadação, que era de 10 mil peças, chegou no final da campanha a um total de 20.314 peças. "Os prazos de arrecadação já terminaram, mas quem quiser nos enviar mais roupas, aceitaremos", completa.

Vida normal - O cargo de vice, chamado por muitos de quebra-galho, para Helenice é essencial para complementar o trabalho do Executivo. Ela disse que sua vida pessoal não mudou desde que assumiu a função. "Continuo indo à feira livre todos os domingos, ao mercado, e levo meu filho à escola. Assim aproveito para ver na rua a necessidade dos munícipes." Mesmo o cargo não sendo muito valorizado, ela afirma que encara com prazer sua rotina e trabalha de forma a acrescentar no governo. "Não gosto de apresentar problemas ao prefeito, apenas mostrar soluções", afirma.

Aspirações a candidaturas futuras, para ela, não é o principal objetivo. "O que eu puder fazer durante esses quatro anos para ajudar a população já me deixará extremamente satisfeita." Segundo ela, o lado político deve ficar somente com o prefeito. Helenice só quer o social. "Se eu conseguir realizar pelo menos algumas coisas que meu pai queria, já vou me sentir muito realizada."




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