A recém-nascida abandonada dia 18 em uma caçamba de lixo na Praia Grande, no Litoral, chegou ontem à tarde na casa da tia materna, em Mauá, após receber alta do Hospital Municipal Irmã Dulce. A menina, que era chamada de Vitória pelos funcionários do hospital, recebeu o nome de Maria Eduarda, segundo os familiares.
A tia materna, Roseane de Salles de Lins, 40 anos, recebeu a guarda provisória do bebê. Antes de deixar o hospital, a equipe médica orientou a família sobre as medicações, alimentação e exames de rotina.
A família chegou por volta das 16h35 e, em seguida, duas viaturas da polícia que faziam a escolta. "Não queremos expor a criança, agora é um momento da família. É muita emoção tê-la em casa", afirmou João Bispo de Lima, 50, marido de Roseane.
Segundo a cunhada de João, a dona de casa Kelly Cristina dos Santos, 26, o bebê passa bem. "Está com três quilos. Ganhou diversas roupinhas no hospital", revelou.
A família relatou que precisou de escolta desde que saiu do hospital até deixar a cidade. "Não imaginávamos que haveria tanta gente da imprensa", disse o marido de Kelly, o autônomo José Carlos Lins, 38.
A conselheira tutelar da Praia Grande Michele Quintas informou que a tia recebeu a guarda provisória. "Foi feita uma visita à residência. A avaliação apontou as condições necessárias para a criança."
Michele explicou que agora é aguardado o resultado do DNA do suposto pai. "Após o resultado, a situação será reavaliada."
Desde que chegou ao hospital com infecção, o bebê permaneceu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), recebendo tratamento com antibióticos.
O bebê, que chegou pesando 2,5 quilos, ganhou cerca de 500 gramas, após 12 dias de internação.
A mãe, Rosineide de Salles Lins, 39, deixou a filha em uma caçamba em frente a uma escola. O bebê foi encontrado por um catador. Ela está presa desde o dia 23, após ser indiciada por abandono.
Rosineide tem outros oito filhos, sendo um casal de gêmeos que está sob cuidados de duas mulheres que têm a guarda das crianças.
Chegada da menina surpreende vizinhos
Os vizinhos da dona de casa de Mauá Roseane de Salles de Lins, 40 anos, ficaram surpresos com a chegada da recém-nascida.
"Não sabia que ela era irmã da Rosineide. Quando vi na televisão que tinham deixado uma criança na caçamba não acreditei. Acho que deve ter sido depressão pós-parto. Mas quem somos para julgar?", disse a aposentada Edna Almeida Silva, 70.
A doméstica Zenilda Santos Assunção, 49, reforçou que Roseane saberá cuidar bem da criança.
"Ela sempre cuidou muito bem dos filhos e agora não vai ser diferente", opinou.
Ela disse que criou dez filhos sem pai e sempre conseguiu lidar com as diferentes situações.
A auxiliar de serviços gerais Eliane da Silva, 35, acredita que, em vez de deixar a recém-nascida em uma caçamba, a mãe poderia ter conversado com um parente ou colocar para adoção.
"Tem tanta gente que quer ter um filho e vemos situações como essa. Eu, que sou mãe de cinco filhos, não consigo me ver cometendo algo assim. Acredito que uma depressão pós-parto possa ter influenciado."
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