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Mais quatro líderes vão a regime especial
Do Diário do Grande ABC
Com AE
20/05/2006 | 09:02
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A Justiça de São Paulo determinou que mais quatro líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) sejam submetidos ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que impõe regras mais rígidas aos presos. A mesma medida foi adotada nesta semana ao líder máximo da facção que atua dentro e fora dos presídios, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

O juiz-corregedor Carlos Fonseca Monnerat, do Departamento de Execuções Criminais, determinou a internação dentro do regime de Marcelo Moreira Prado, o Exu, Eduardo Lapa dos Santos, o Lapa, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Luiz Henrique Fernandes, o LH.

A determinação judicial foi feita nesta quinta-feira e o seu anúncio nesta sexta-feira pelo TJ (Tribunal de Justiça). O pedido foi formulado pelo secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, em razão de os criminosos terem feito ameaças a autoridades e afirmado que promoveriam rebeliões.

Segundo o TJ, o juiz entendeu que, fora do RDD, eles poderiam encontrar condições de continuar as ameaças e atrapalhar a atuação da polícia. A medida é válida por 90 dias e passa a contar a partir do dia 13 de maio.

De acordo com último balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, desde o início dos atentados promovidos pelo PCC, no dia 12, foram feitos 293 ataques e mortos 30 policiais, entre civis e militares. A polícia matou 107 suspeitos em confrontos. Também foram incendiados 82 ônibus e depredados 17 locais entre bancos e caixas eletrônicos.

Os 74 presídios do Estado de São Paulo onde ocorreram rebeliões no último fim de semana não serão abertos para a visita de familiares de presos neste sábado e domingo. Assim como não haverá visita nos CDPs (Centros de Detenção Provisória) da região. Normalmente, as visitas são permitidas aos sábados e domingos, das 8h às 17h.

De acordo com o presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), Cícero Sarnei, a regra foi estabelecida por uma portaria da Secretaria de Administração Penitenciária e inclui as prisões onde ocorreram quaisquer distúrbios, ainda que um princípio de motim.

A norma, segundo ele, é conhecida pelos presos. “Eles sabem que, se viram o presídio, perdem o direito da visita.” Sarnei espera que o secretário Nagashi Furukawa não revogue a portaria. “É o que ainda evita que ocorram motins a todo momento.”

O benefício das visitas será retomado, segundo Sarnei, na próxima semana, mas apenas nos presídios em que a situação dos detentos estiver normalizada. “Não dá para saber se todos os presídios que foram destruídos vão ter condições de receber os familiares dos presos.”

O comandante-geral da PM no Estado, coronel Elizeu Eclair Borges, afirmou nesta sexta-feira que o policiamento continuará reforçado neste fim de semana em todos os municípios. “Continuaremos atentos e em prontidão e não há prazo para isso terminar”, disse o coronel. “Não posso garantir que não haverá ataques, pois há o perigo de crimininosos se aproveitarem da situação para promoverem distúrbios.”

O comandante também afirmou que, desde o início dos ataques, a criminalidade foi reduzida em 5%. “A polícia está nas ruas e, como resposta aos atentados, reduzimos os crimes.”

O MP (Ministério Público) informou nesta sexta-feira que pretende investigar todas as mortes praticadas pela polícia desde o dia 12. O órgão disse que vai analisar todas as provas técnicas do IML (Instituto Médico-Legal), depoimentos de familiares e até mesmo reconstituições. Apesar de 64 corpos já terem sido identificados pelo IML, os nomes das vítimas ainda não foram divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.




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