Em meio a especulações sobre uma possível renúncia, o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), confirmou nesta segunda-feira que a sessão do plenário em que deve ser votado o projeto de resolução que cassa o mandato do presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros, será na quinta. Viana acrescentou que a votação só não se dará nesta data se houver algum imprevisto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde a matéria deverá ser apreciada um dia antes.

Perguntando sobre a existência de um acordo entre o governo e o PMDB para absolver Renan, o parlamentar disse que são legítimas as lutas tanto daqueles que querem condenar Renan quanto a do senador para manter o seu mandato. “O meu papel é exclusivamente o de assegurar um julgamento isento e que permita o voto de consciência dos senadores”, afirmou.

Desta vez, Renan responderá à denúncia de que utilizou 'laranjas' para comprar veículos de comunicação no Estado de Alagoas. Se for considerado culpado por pelo menos 41 dos 81 senadores, ele perderá o mandato e terá os direitos políticos suspensos por oito anos.

A cassação do peemedebista já foi recomendada pelo Conselho de Ética e, agora, falta uma breve análise da CCJ para que o processo chegue definitivamente ao plenário.

Outra possibilidade - Especula-se também no Senado que Renan abrirá mão do mandato antes de quinta-feira para fugir da cassação. Se a suspeita se confirmar, o presidente interino Tião Viana (PT-AC) terá um prazo de cinco sessões para convocar novas eleições internas. Assim, o novo líder da Casa seria conhecido no início de dezembro.

Vários nomes são cotados para assumir a vaga de Renan, entre eles os de Edison Lobão (PMDB-MA), Garibaldi Alves (PMDB-RN), José Sarney (PMDB-AP) e Pedro Simon (PMDB-RS).

O mais certo é que o posto fique com um integrante do PMDB, partido que possui a maior bancada da Casa (20 senadores), apesar de a oposição já ameaçar lançar candidatura própria.

Filme já visto – Em setembro passado, Renan também esteve na 'berlinda' devido à acusação de que teve contas pessoais pagas pela Construtora Mendes Júnior — no caso, a pensão de uma filha que teve num relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso.

Na ocasião, por 40 votos a 35 e mais seis abstenções, o peemedebista escapou de ser cassado.