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Grande ABC no Pan: enfraquecido, mas forte
Por Dérek Bittencourt
26/07/2019 | 07:00
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A reportagem que abriu o caderno de Esportes, ontem, escancarou uma triste realidade esportiva no Grande ABC: perdemos muita representatividade no País. A delegação brasileira que está nos Jogos Pan-Americanos de Lima – que começaram na quarta-feira e têm hoje a cerimônia de abertura – já foi composta por 30% de atletas oriundos (nascidos ou de clubes) da região, mas hoje este número é de apenas 3,9%. São inúmeros os motivos para essa situação, e a falta de apoio da iniciativa privada é uma das principais. Afinal, em outros tempos foram justamente empresas de porte que financiaram e sustentaram grandes equipes por estas bandas. Mas quero propor observar por um lado positivo. Isso porque, dos 19 esportistas que representam nossas sete cidades, pelo menos metade tem chance real de conquistar medalhas no Peru. Dessa maneira, os percentuais que agora estão apresentados da pior forma possível, no fim das contas podem mostrar que, apesar dos pesares, ainda conseguimos ter e enviar grandes desportistas.

A começar pelo principal nome da delegação, o ginasta são-caetanense Arthur Zanetti. Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, nas argolas, não apenas disputará o aparelho no qual é especialista, como também a prova do solo. E pode subir ao lugar mais alto do pódio em ambas as apresentações. Quem também tem chances de conquistar dois ouros é o andreense Paulo André de Oliveira, do atletismo: nos 100 metros rasos e no revezamento 4x100 metros, junto dos colegas de Seleção.

Já o tênis de mesa pode render nada menos do que cinco medalhas no total. Hugo Calderano, atleta de São Caetano, é o favorito ao primeiro lugar no individual masculino, enquanto Gustavo Tsuboi, colega na cidade do Grande ABC, pode lutar por prata ou bronze. Por equipes, os dois, juntos de Eric Jouti (terceiro integrante da equipe são-caetanense), são os mais indicados à medalha de ouro. Já no feminino, as são-bernardenses Caroline Kumahara e Bruna Takahashi podem surpreender tanto por equipes quanto na disputa individual com lugares no pódio.

O taekwondo, que tem metade da Seleção com base em São Caetano, não pode ficar de fora desta relação. Ícaro Miguel, Milena Titoneli, Rafael Araújo e Raiany Fidélis são potenciais candidatos a medalhas no tatame peruano.

Projeções apontam que o Brasil deverá faturar entre 48 e 52 medalhas de ouro. Desta maneira, caso os atletas confirmem os favoritismos e se contabilizarmos uma zebra ou outra, o Grande ABC poderia ser responsável por 17% do total. O número pode ser maior, como pode ser menor. Seja como for, mérito mais dos esportistas do que da região em si, obviamente. Mas nos enche de orgulho e segue inspirando jovens do Grande ABC a se tornarem futuros Zanetti, Calderano, Kumahara, Takahashi, Oliveira e outros.

QUE SITUAÇÃO
Depois de o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) dar ganho de causa para o Grêmio Mauaense para reaver os seis pontos perdidos na Justiça estadual devido à escalação irregular do lateral-esquerdo Ariel, que colocaria o clube entre os classificados da primeira fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a Federação Paulista de Futebol resolveu contra-atacar.

Vendo que a ação da Locomotiva poderia paralisar e mexer em diversos jogos já disputados na segunda etapa da competição – já se passaram três rodadas –, a entidade que gere o futebol de São Paulo embargou a decisão do STJD, pedindo para manter o que foi determinado pelo TJD paulista até que nova sessão de julgamento seja realizada – provavelmente na semana que vem e, pasmem: no Nordeste! Dizem que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva vai realizar julgamentos de maneira itinerante e, desta maneira, forçará o Mauaense a mexer no bolso já bastante prejudicado para enviar representante de defesa para local muito mais distante do que a habitual casa do STJD, no Rio de Janeiro.

DE PARABÉNS
Por falar em Segunda Divisão, quem vem fazendo boa campanha – aproveitando justamente a lacuna deixada pelo Grêmio Mauaense – é o Mauá FC. Em três jogos nesta segunda fase, colecionou três empates contra times muito mais tradicionais, casos de XV de Jaú, Itararé e Amparo, este último o adversário de amanhã, às 15h, no Estádio Pedro Benedetti, em Mauá. Um dos pontos que mais chamam atenção é o fato de o Índio levar a ferro e fogo o lema de “dar oportunidades aos jovens”. Tanto que mesmo nestes jogos decisivos da Segundona vem relacionando de cinco a seis atletas amadores (que ainda não completaram os 20 anos ou não assinaram contratos profissionais), sendo que acabam sendo utilizados. E mostrando que é o time da diversidade, conta inclusive com um indígena: Uniatan, 20 anos, diretamente da tribo Pataxó de Coroa Vermelha, cidade próxima de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, na Bahia. Ele foi titular nos três últimos jogos da equipe. 




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