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Dois apaixonados por livros indicam novidades
Por Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
22/08/2010 | 07:16
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A 21ª Bienal Internacional do Livro termina hoje, em São Paulo. Quem perdeu o evento não precisa se desesperar. A maioria das obras apresentadas por cerca de 350 expositores do Brasil e Exterior pode ser encontrada nas livrarias. Além de ser a forma de vender diretamente para o público - cuja expectativa é atingir 700 mil pessoas -, muitas editoras aproveitam para fazer lançamentos e promover seus escritores.

O baterista do CPM 22 Ricardo Japinha, por exemplo, passou por lá para autografar sua obra Qual é a Dele? (Larrousse do Brasil, 112 págs., R$ 19,90), na qual conta o que as meninas precisam saber para entender os meninos na visão de um rock star. Reúne dicas sobre namoro, rolos e paqueras, sexo, família e amizade.

Os teens também vão curtir Maze Runner, da trilogia Correr ou Morrer, de James Dashner (V&R, 426 págs., R$ 40). A trama mistura ação e suspense para contar a história de adolescentes perdidos dentro de um labirinto do mal. A obra deve virar filme em breve e ainda não há previsão de quando os outros dois volumes chegam ao Brasil.

Observadores - O D+ esteve na Bienal acompanhado por Carlos Vinícius Dias de Almeida, 17 anos, de Santo André, e Gabriel Duobles Goldenberg, 16, de São Caetano, vidrados em leitura. "Ao ler, você entra em um mundo só seu. Os livros oferecem conhecimento e isso é algo que ninguém tira da gente", afirma Carlos. Por acreditar tanto no poder das palavras, está montando biblioteca comunitária no bairro onde mora, Cidade São Jorge, e vive à caça de doações de exemplares.

Gabriel também acredita que leitura é essencial em todas as fases da vida; porém, poucos se interessam. "O preço dificulta o acesso aos livros no Brasil. Muita gente fica desmotivada ao ver que um exemplar custa R$ 40 ou mais", diz. Isso se reflete nos baixos índices de leitura. Enquanto cada francês lê, em média, sete obras por ano e os norte-americanos e ingleses, cinco, o brasileiro lê um (1,3 para ser mais exato; sem contar a leitura obrigatória na escola!). Exceção são os deficientes visuais da Fundação Dorina Nowill, que leem nove por ano, entre livros falados e em braille.

Dicas de leitura
Carlos e Gabriel participaram do Conte um Conto, no qual leitores que curtem escrever têm textos publicados no D+. Eles aceitaram o desafio de dar uma volta pela Bienal e apontar o que consideram mais legal para os adolescentes. Confira:

O e-book (livro eletrônico) veio para ficar, mesmo muitos garantindo que não abrirão mão das obras impressas em papel. "Mescla o tradicional com a tecnologia. A humanidade está evoluindo e tudo tem de acompanhar", diz Carlos. Na opinião de Gabriel, aproxima o jovem da leitura e permite transportar em um equipamento pequeno milhares de obras. Na Bienal, o leitor digital de e-book da Coll-er estava R$ 600; nas lojas será R$ 75O.

Os fãs de contos do além vão se interessar por Sensitivos (Raquel Koury, Cultrix, 368 págs., R$ 34,90), segundo Carlos."A autora prende a atenção. Não dá vontade de parar de ler." Na trama, um grupo de paranormais ajuda na cura de doenças desconhecidas e a polícia a resolver crimes. Tudo muda quando surge um serial killer com poderes especiais.

Carlos indica a coleção Brincando de Pensar (Paulo Bentancur, Artes e Ofícios, 50 págs., R$ 12), com obras sobre Platão, Aristóteles, Shakespeare, Freud e Van Gogh. "Usa linguagem bem jovem para trazer as ideias de grandes pensadores para os dias de hoje de forma simples", explica.

Acredite, não é exagero afirmar que Michael Jackson é o mais famoso da Bienal. Muitas publicações exploram diferentes aspectos da vida e carreira do Rei do Pop. "Essas obras vão eternizá-lo, como ocorreu com Elvis Presley", afirma Carlos. "Depois que morreu, voltou às paradas. Virou até HQ", diz Gabriel, mencionando Eternamente Michael - Biografia em Mangá (Seoman, 232 págs., R$ 27).

Os garotos curtiram os livros da editora Martin Claret, que publica clássicos da literatura em formato pocket (menor). Obras de Machado de Assis, José de Alencar, Jane Austen, Shakespeare, por exemplo, variam entre R$ 12,90 e R$ 19,90. "É ideal para vestibulandos", afirma Carlos. "São pequenos e mais práticos", completa Gabriel.

Lançado na Bienal, Volta ao Mundo em 80 Mitos (Rosana Rios, Artes e Ofícios, 224 págs., R$ 43) fez o maior sucesso e chamou a atenção de Gabriel, que curte mitologia. Cada história apresentada na obra - que exigiu muita pesquisa - é a explicação que diferentes povos do passado desenvolveram para grandes acontecimentos, como a criação do mundo.

Os adolescentes religiosos ganham agora Bíblias de todos os tipos e para todas as seitas. A editora CPAD investiu em obras (R$ 39,90) para os que que frequentam igrejas pentecostais. Além de layout diferenciado, os livros trazem comentários e informações sobre personagens bíblicos e fatos históricos. As garotas têm opção de escolher a publicação com capa rosa; os garoto, verde.

Uma leva de HQs tratam sobre assuntos sérios, como política. Hoje, já é possível ver nas livrarias espaço dedicado a esse gênero. Segundo Gabriel, vale a pena ler. "Agora tem até poesias em forma de história em quadrinhos", diz. Algumas das novidades são as HQs antigas de super-heróis relançadas em edições de luxo.




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