O emprego formal no Grande ABC recuperou a queda registrada em junho - quando foram geradas 1.873 vagas - e encerrou julho com saldo de 4.626 postos de trabalho. O resultado foi capitaneado pela construção civil, que contratou 1.660 funcionários. Indústria e serviços se mantiveram aquecidos, com 1.442 e 1.411 empregos, respectivamente, o que contribuiu para o crescimento do número de ocupações com carteira assinada.

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), os municípios que mais empregaram na região foram São Bernardo, com saldo de 1.479 postos e Diadema, com 959.

"O resultado é positivo principalmente se analisado no intervalo de janeiro a julho, em que o montante de vagas supera em 2,2% o registrado em 2008. Mais um sinal de que a crise já se foi", explica o diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro.

Nos primeiros sete meses deste ano, a região acumula saldo de 28.973 postos de trabalho. No mesmo período dois anos atrás, foram 28.336.

Considerando os mesmos sete meses, mais uma vez a construção civil se destacou, com crescimento de 150% na geração de vagas, saltando de 2.216 em 2008 para 5.462 em 2010. "Este ano está sendo muito favorável ao setor, principalmente por conta da oferta crescente de crédito e da quantidade de lançamentos na região", afirma Rosana Carnevalli, diretora-adjunta da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).

Isso sem contar o programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, que acabou inserindo no mercado imobiliário pessoas que antes viviam de aluguel. "Ouvi rumores de que, para abranger maior parte da população, o teto do valor financiado pelo programa, de R$ 130 mil, vai subir para R$ 170 mil, o que para o Grande ABC será muito bom, já que, com exceção à Mauá e Santo André, os terrenos são muito caros", diz Rosana, contando que, do total de vagas, 80% dizem respeito à incorporação e, o restante, a obras de infraestrutura.

Para Ribeiro, o lado bom do desenvolvimento da construção é que ela estimula grande cadeia, que envolve os setores de plástico, metalmecânico, madeira e material elétrico.
A indústria praticamente manteve suas contratações de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2008, com 10.708 empregos ante 10.859 (-1,4%), serviços diminuiu de 11.389 para 10.709 neste ano (-6%) e, comércio, elevou as vagas de 2.959 para 3.009 (1,9%).

Quanto às expectativas para o restante do ano, Ribeiro aponta que, pelo fato de o emprego, a renda e o crédito continuarem firmes, o estímulo à demanda está garantido. "O que nos dá a perspectiva de um segundo semestre melhor do que o primeiro, que teve desempenho acima do normal", diz.

Criação de postos no País bate recorde em sete meses
O emprego formal no País teve saldo de 181,7 mil vagas, elevando o acumulado dos primeiros sete meses para 1,6 milhão postos de trabalho, o que mantém 2010 como o ano em que mais se gerou empregos na história do Brasil. A marca é 5,8% acima do recorde anterior, verificado em 2008 (1,5 milhão).

Com o resultado do Caged de julho, o País chega ao total de 14,1 milhões de brasileiros com carteira assinada.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, aponta resultados recordes para os próximos quatro meses. "O parque industrial do Brasil continua crescendo, aumentando assim a capacidade de produção; o consumo está se mantendo em alta; temos impulsos por conta de investimentos do governo e da iniciativa privada. Por tudo isso, estimo novos recordes para os meses de agosto, setembro, outubro e novembro", analisa o ministro.