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Campanha eleitoral começa agora, dizem analistas
Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
22/08/2010 | 07:21
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A impressão dos eleitores de que a campanha ainda não tomou as ruas pode não ser só impressão. Segundo especialistas em política, os próprios candidatos preservam recursos e fôlego para os últimos 45 dias antes da eleição - quando a população estará mais atenta aos candidatos e suas propostas.

"É uma estratégia antiga. Normalmente as pessoas acordam para a eleição só na segunda quinzena de agosto, quando começa a propaganda gratuita na televisão e no rádio e você não tem mais como ficar alheio", explica o presidente da ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos), Carlos Manhanelli.

Isso explica, segundo ele, a baixa arredação dos candidatos nos primeiros meses da campanha. Levantamento do Diário na prestação de contas dos políticos da região mostra que eles juntaram apenas R$ 1,6 milhão até o dia 3 de agosto - data da 1º parcial. O valor, que pode parecer elevado a princípio, representa somente 0,3% da estimativa de gastos dos partidos no Grande ABC, avaliada em R$ 503 milhões.

Para o consultar político Marcos Justino dos Santos, a dificuldade financeira dos candidatos têm outra explicação, a lei Ficha Limpa - que impede a participação de pessoas com condenações na Justiça na eleição. "Muitos políticos estão com as candidaturas contestadas e aguardando julgamento, o que deixa o apoiador inseguro de investir dinheiro na campanha", ressalta.

Na opinião de Santos, este ano haverá corrida principalmente nos últimos 15 dias, quando já existirá certeza sobre os candidatos. "Os políticos mais experientes conseguem contornar essa situação e têm fontes próprias de financiamento. Mas os outros vão ter dificuldade e o recurso pode chegar tarde demais."

Na avaliação de Manhanelli, porém, a eleição neste ano estará mais barata do que as anteriores devido à minirreforma eleitoral de 2006, que proibiu a publicidade em outdoors, restringiu a pintura em muros e estabeleceu limites para gastos. "Diminuiram as despesas. Mas também diminuiu o número de investidores nas campanhas porque aumentou a transparência", avalia.




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