Dois assassinatos e três pessoas feridas à bala em apenas 40 minutos. Esse foi o balanço da violência em Diadema na noite de sábado. Somado a duas chacinas envolvendo as polícias Civil e Militar da cidade, nos dias 22 de junho e 3 de julho, respectivamente, a cidade já contabiliza pelo menos dez homicídios em menos de um mês. Em junho, o município ficou 24 dias consecutivos sem registrar um único homicídio, o que signficou um marco histórico, então comemorado pela administração municipal.

O primeiro caso do fim de semana ocorreu às 19h de domingo, a partir de uma briga entre marido e mulher. Elton Albano de Souza, 27 anos, o Binho, e Danielle Batista Carvalho, 19, foram a um churrasco na casa de uma vizinha, no Jardim Inamar. Um, dois, três, muitos copos de cerveja. Danielle achou que Elton havia bebido demais. Discutiram. Em casa, ela o esfaqueou, de acordo com a versão da polícia.

Danielle e Binho estavam casados havia dois anos. Do relacionamento, nasceu um filho. Binho teria chegado a oferecer alguns goles de bebida à criança. Danielle se irritou com a atitude do marido e os dois foram para casa. Ele a agrediu. Ela disse que sua atitude "era de moleque". Binho apanhou a faca e partiu para o ataque. Morreu na cama do casal.

Às 19h40, o alvo foi João Batista Filho, 25 anos. Ele saía de um bar no bairro Nuevo quando, de acordo com testemunhas, foi baleado por Edvaldo de Lima, 23, o Nego. I.P.S., 35, R.N.M., 28, também estavam na rua Vereador João Gonçalves Lima no momento do crime e foram atingidos pelos tiros. Nenhum dos dois corre risco de morte.

Após fazer um pente-fino nos hospitais da região, a polícia encontrou Nego. Ele estava internado no Hospital Municipal de Diadema e, para a surpresa de todos, também baleado. Só não se sabe por quem. Para esclarecer o caso, a polícia submeteu as vítimas do tiroteio a exame residuográfico. Capaz de identificar traços de pólvora nas mãos, a análise dirá se algum dos baleados na confusão atirou contra Nego.