Os técnicos da Receita Federal, que nesta sexta-feira voltaram a trabalhar após paralisação de três dias, irão realizar nova greve de 120 horas a partir de segunda-feira. A paralisação atingirá os dois Cacs (Centro de Atendimento ao Contribuinte) da região (Santo André e São Bernardo) e as agências de São Caetano, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires. Os servidores protestam contra a forma como foi conduzida a criação da Super Receita, que irá unir a Secretaria da Receita Federal com a Auditória Previdenciária.

De acordo com José Henrique Pereira, diretor de Comunicação do Sindireceita
(Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal), a orientação da entidade é para que parte dos técnicos, que estarão de plantão nas agências, atendam a pessoas portadoras de deficiência física, gestantes, idosos e cidadãos em último dia de prazo para entrega ou retirada de documentação. Entre os serviços prestados pelas agências estão expedição de CNPJ e CPF, cálculos de tributos e de encargos, análise de processos e plantão de dúvidas.

Nesta sexta-feira os Cacs e agências reabriram na região. Cerca de 200 pessoas formaram fila para receber atendimento no Cac de Santo André. O aposentado Eduardo José Moreira foi ao local para tentar regularizar seu CPF. Moreira afirmou que nem sabe o por quê das paralisações dos servidores. "Já estive aqui outras vezes e nunca peguei uma fila assim", disse.

O auxiliar de escritório Thiago Luiz Miranda Filomeno foi ao Cac para pedir retificação em uma DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) de um cliente. "Sabia que os servidores poderiam voltar a paralisar os serviços e aproveitei esta sexta para resolver isso. O meu cliente não quer nem saber se os funcionários estão ou não de greve. No final quem acaba pagando sempre é o contribuinte", diz.