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Disputa pelo Paço de Mauá já começou
Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
11/07/2010 | 07:15
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A deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) e o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), preparam terreno nesta eleição de olho em 2012. Os dois não escondem de ninguém o desejo de concorrer à Prefeitura de Mauá e, desde já, articulam apoios para tirar espaço do provável adversário.

É o que ocorre, principalmente, em Ribeirão Pires, cidade em que a peemedebista foi a deputada de fora com o maior número de votos: 4.000 - perdeu apenas para o vereador Saulo Benevides (PV), na época apoiado por Volpi e que teve 9.000 sufrágios, e para a ex-prefeita Maria Inês (PT), com 7.500 adesões.

É nesse importante ponto da campanha de Vanessa que Volpi está batendo. O prefeito, que está de férias e não foi encontrado para comentar, tem dito a funcionários comissionados da Prefeitura, empresários e políticos que o apoio à deputada está proibido e sofrerá sanções quem desrespeitar a "norma". A assessoria da administração também foi procurada, mas não comentou o assunto.

Por outro lado, Vanessa se aproximou do maior adversário do prefeito na cidade, o vereador Saulo Benevides, que rompeu com Volpi após divergências na eleição e hoje é o único foco de oposição na Câmara.

O parlamentar é constantemente visto com o ex-vereador Pedro Wilson Estanqueira, o Bacalhau (PMDB), e Valmir Copina (PSC), ambos de Rio Grande da Serra, planejando ações políticas para destacar o nome da deputada na região.

"A Vanessa é uma grande deputada, com ótimo trabalho para mostrar, e tem nos ajudado a trazer recursos para Ribeirão", afirmou Benevides. Em quatro anos de mandato, a deputada encaminhou R$ 600 mil em emendas para a cidade e chama para si os méritos para a revitalização dos trevos viários da cidade - outro ponto de discórdia com o prefeito.

Em troca do apoio, Benevides receberá, no mínimo, adesão do PMDB à provável campanha para comandar o Paço de Ribeirão Pires em 2012. Ou até a legenda, caso o PV, controlado por Volpi, não permita a ele concorrer pelo partido.

"Minha intenção é permanecer no Partido Verde. Mas, se não me deixarem sair candidato, vou para outra sigla", disse o vereador, que indicou aliado para cargo no gabinete de Vanessa na Assembleia Legislativa e, comenta-se, tem promessa de envio de dinheiro de emendas para realização de obras.

Por tudo isso, o parlamentar prometeu entre 5.000 e 7.000 votos para a deputada no município - marca que, acredita, não seja tão difícil de conseguir com a ausência de candidaturas próprias de Ribeirão.

FUTURO - Aumentar os votos na cidade é vital para a candidatura de Vanessa, avaliam políticos, porque ela não terá a mesma força que tinha em 2006, quando seu pai, Leonel Damo, comandava a Prefeitura de Mauá.

"Minha candidatura é independente e nunca dependeu do apoio do Executivo. Tenho um trabalho para mostrar", declarou a peemedebista, que recebeu 64 mil votos na última eleição - 34 mil deles em Mauá.

A rixa começou, inclusive, por causa de Leonel. Vanessa acusa Volpi de articular para expulsar seu pai do PV no ano passado e, depois, pressionar por sua saída. "Esse homem (Volpi) fez muitas acusações sérias a mim e à minha família, e não quero mais comentar sobre ele", disse a peemedebista ao Diário.

O apoio do prefeito à candidatura da vereadora de Diadema Regina Gonçalves, ex-presidente estadual do PV, à Assembleia Legislativa é outro fator que joga a favor de Volpi para conseguir a legenda em Mauá. Com influência na cúpula da sigla, Regina vem, segundo seus adversários, eliminando outras forças na cidade para permitir a candidatura do verde.

Por outro lado, se perder o pleito Vanessa verá o palanque enfraquecer na cidade governada pelo petista Oswaldo Dias. Já o grupo de Volpi, que foi vereador de Mauá na década de 1980, vai crescendo. PSDB e DEM se monstraram favoráveis à sua volta - para isso, basta o verde sair da Prefeitura de Ribeirão Pires seis meses antes da eleição e mudar o domicílio eleitoral para Mauá a no mínimo um ano do pleito, como determina a Lei Orgânica do Município.




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