Estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) fizeram manifestação silenciosa na tarde de ontem contra a falta de segurança e os constantes assaltos no campus Bangu. Os crimes, inclusive um sequestro relâmpago, foram denunciados pelo Diário na terça-feira.

Na manifestação de ontem, seis alunos se deitaram nas calçadas que dão acesso ao campus. Pintados com tinta vermelha e segurando cartazes, pediram mais segurança.

A estudante do BC&T (Bacharelado em Ciência e Tecnologia) Aline Nicoletti, 25 anos, foi a responsável pela organização. "Fiz isso porque estou cansada de tanta insegurança. Quero chamar a atenção da comunidade em geral e principalmente dos responsáveis pela segurança. Queremos mais rondas."

A estudante de Biologia Gabriela Ribas, 24, que frequenta a universidade pela manhã e à noite, disse que às vezes não consegue prestar atenção nas aulas porque tem medo do que pode acontecer quando sair. "Tem dias que é melhor vir de carro para não ser assaltada, mas também não sei se, quando sair, meu carro vai estar no mesmo lugar."

Os alunos reclamam que os roubos aumentaram depois que o estacionamento de uma rede de supermercados começou a cobrar de quem para lá. Segundo eles, o estacionamento da UFABC não comporta todos os carros, o que os obriga a parar nos arredores.

O estudante de Engenharia Aeroespacial Glauber Prestes, 25, foi assaltado duas vezes neste ano, uma delas com arma de fogo apontada para sua cabeça. "Não vejo policiamento por aqui. Quando há, é sempre na Rua Oratório, onde está a base", disse.

A UFABC esclareceu, por meio de nota, que a responsabilidade pela segurança fora do campus é da Polícia Militar. Conforme a universidade, na tarde de quarta-feira a direção se reuniu com a polícia para decidir o que será feito para melhorar a segurança na área.

Já a Polícia Militar realizará na quinta-feira reunião para debater as medidas que poderão ser tomadas para diminuir a violência na região.

A UFABC afirmou ainda que se dispõe a ajudar na organização de atividades comunitárias e na criação de conselho de segurança para discutir os problemas e se manter mais próxima da polícia.

A organizadora da manifestação disse já estar preparando outro protesto. "Vamos fazer passeata. Queremos ir até a Prefeitura. Estamos fechando o caminho ainda, mas deve ser no dia 5 de abril."

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, nos dois primeiros meses do ano, os números de furtos e roubos de veículos cresceram mais de 50% na região do 2º DP (Vila Camilópolis) da cidade se comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2013 foram 320 casos contra 211 em 2012.