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Empresários oferecem reajuste de 8,5% para indústria moveleira
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
19/11/2004 | 09:57
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Terminou em impasse nesta quinta a reunião de negociação entre os trabalhadores da indústria moveleira do Grande ABC e o sindicato patronal da categoria. A proposta dos empresários foi de 8,5% de reajuste salarial, mas o setor também quer reduzir o adicional pago pelas horas extras de segunda-feira à sábado de 80% para 65%.

Os trabalhadores irão avaliar nesta sexta a proposta em assembléia, mas segundo Waldemar Pires de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e Mobiliário de São Bernardo e Diadema, que participa das negociações, a proposta dificilmente será aceita. "O reajuste proposto é razoável, mas não acredito que os trabalhadores aceitem sofrer uma redução em seus direitos adquiridos", afirmou.

Outra reunião entre empresários e sindicalistas - também estavam presentes representantes das bases de Santo André e São Caetano - é aguardada para a próxima semana. A data-base da categoria é em novembro, mas os trabalhadores querem mudar para outubro, ponto que ainda não ficou definido.

A indústria moveleira reúne cerca de 8 mil trabalhadores no Grande ABC. Para Oliveira, do sindicato dos trabalhadores, esse setor possui características próprias, que prejudicariam as negociações. "Temos muitas empresas familiares e um alto nível de informalidade, o que dificulta a nossa fiscalização."

Outra reivindicação dos sindicalistas é a presença obrigatória de um delegado sindical em cada empresa do setor, o que foi negado na mesa de negociação, segundo Oliveira. "Essa é uma medida que reforça o contato entre trabalhadores e empresários, e antecede, de certa forma, a reforma sindical, que prevê um sistema de representação mais forte dos trabalhadores na indústria", afirmou.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de São Bernardo e Região, Hermes Soncini, afirmou que a negociação "ainda não está definida", e que os empresários buscam atender os interesses dos trabalhadores de acordo com a realidade do setor. "Nós precisamos conciliar interesses, pois a indústria moveleira da região precisa se preparar para atuar num mercado cada vez mais competitivo. Sofremos com a forte concorrência de empresas de outras regiões do Estado de São Paulo e do país e com o achatamento do poder de compra da classe média", afirmou. Soncini espera um consenso para a próxima rodada de negociações.




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