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Jader Barbalho anuncia renúncia ao mandato no Senado
Do Diário OnLine
02/10/2001 | 00:59
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Jader Barbalho anunciou nesta segunda-feira à noite, em Belém, o que já era esperado em Brasília. Entrevistado em um programa transmitido pela rede de rádio e televisão RBA, de propriedade de sua família, Jader admitiu que vai deixar o Senado para não correr o risco de passar oito anos inelegível, o que ocorreria se tivesse o mandato cassado. "Eu me afasto do Senado mas não me afasto da vida pública", avisou Jader em uma justificativa dirigida aos eleitores do Pará.

Falando ao jornalista Mauro Bonna, durante o programa Argumento, Jader disse que a retirada política será breve, só até 2002. Ele confirmou que disputará as eleições do ano que vem, concorrendo ao governo do Estado ou a um novo mandato no Senado. "Quem vai decidir é o povo do Pará", afirmou.

O ainda senador não deve nem deixar Belém para entregar o cargo. Como parte de sua estratégia política, Jader deve apresentar a renúncia silenciosamente, em uma carta endereçada ao presidente da Casa, Ramez Tebet (PMDB-MS). O pedido terá validade depois que a correspondência for lida em plenário e publicada no Diário do Senado.

As chances de Jader escapar da cassação ficaram ainda menores nesta segunda-feira à noite, quando o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou a segunda liminar impetrada pelo senador na tentativa de barrar o processo. A alegação de que não teve chance de se defender durante os trabalhos do Conselho de Ética no caso Banpará não convenceram Mello, que já havia negado liminar parecida na semana passada. O ministro alegou que Jader poderá defender-se amplamente quando a Mesa do Senado aprovar a abertura do processo de cassação – o que Jader não está disposto a esperar.

Nesta segunda-feira, Tebet nomeou Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) relator do processo contra Jader na Mesa do Senado. O parlamentar sergipano, que recebe nesta terça-feira o parecer elaborado por Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Peres (PDT-AM), prometeu entregar seu relatório, recomendando ou não a abertura do processo de cassação, até sexta-feira pela manhã. Mas provavelmente nem precisará concluir o trabalho.

Defesa- Falando à afiliada da TV Bandeirantes no Pará, Jader atacou os desafetos pefelistas em um discurso de olho na corrida eleitoral de 2002. O paraense falou que vai "recuar para continuar na luta", entregando o cargo de senador para não entrar "no joguinho político" que pode deixá-lo oito anos fora da vida pública.

Jader culpou o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o corregedor do Senado, Romeu Tuma, pela perda iminente do cargo parlamentar. O paraense repetiu a tese de que está sendo perseguido por ser 'um nortista que ousou chegar ao poder' e por ter se disposto a enfrentar 'o homem mais poderoso politicamente no Brasil'.

O ex-presidente do Senado disse que vai escapar da cassação como escapou "do regime militar do senhor Romeu Tuma, que era do Dops (a polícia política da ditadura) na época". A menção de Jader à suposta participação de Tuma na polícia repressiva do regime militar causou uma indisposição na reunião do Conselho de Ética realizada semana passada.




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