Flamenguistas de todo o Brasil fizeram questão de se reunir para emanar energia positiva ao time, na batalha contra o River Plate no Estádio Monumental de Lima, no Peru. Deu certo, o Mengo é bicampeão da Copa Libertadores. Mas foi tão sofrido que a final já faz parte dos grandes momentos do futebol, do Flamengo e do camisa 9 da equipe rubro-negra: Gabriel, o Gabigol, autor dos dois gols da virada rubro-negra (2 a 1).

Após a partida, o jogador são-bernardense comemorou. “Fiz história e só tenho a agradecer”, disse, sem falsa modéstia. Ele também convocou todos os torcedores para festejar nas ruas hoje. “Vamos invadir o Rio de Janeiro.” O Flamengo tem motivos extras para festejar. Além do título, o time vai levar para casa vaga no Mundial de Clubes da Fifa no próximo mês e cerca de R$ 50 milhões.

A delegação deve chegar às 9h20 no aeroporto do Galeão e desfilar em carro aberto. Mais tarde, às 16h, os olhos se voltarão para o Allianz Parque, em São Paulo. Se o Palmeiras perder ou empatar com o Grêmio, os flamenguistas vão aproveitar a festa e comemorar mais um título: o do Brasileirão, isso com quatro rodadas de antecedência.

A final da Libertadores começou com protagonismo ofensivo do Flamengo. O River, porém, manteve a linha de defesa sólida, mas foi traiçoeiro e surpreendeu aos 15 minutos: Nacho Fernández cruzou rasteiro da direita, William Arão e Gerson não cortaram e Borré apareceu livre para marcar.

No segundo tempo, o Flamengo voltou com mais iniciativa. Aos 11, teve sua melhor chance. Na área, Bruno Henrique cruzou rasteiro e Arrascaeta furou, mas a zaga não conseguiu tirar. Na sequência, Gabriel chutou em cima de De La Cruz e, no rebote, Éverton Ribeiro parou em Armani.

Nos minutos finais, o time brasileiro foi para o tudo ou nada. Aos 43, Bruno Henrique achou Arrascaeta na área. O uruguaio cruzou rasteiro e encontrou Gabriel livre. O atacante só teve o trabalho de empurrar a bola. Ele não parou por aí. Três minutos depois, Gabigol levou a melhor sobre Pinola e soltou a bomba de pé esquerdo para virar o jogo. Flamengo, campeão da Libertadores 38 anos depois.
(do Estadão Conteúdo)

Bar em São Bernardo é reduto de flamenguistas
Em São Bernardo há um lugar que, em dia de jogo do Flamengo, é tomado, literalmente, pelas cores vermelho e preto. Reduto de torcedores do Mengão, ontem não foi diferente no Bar do Capitão, no bairro Montanhão.

O local recebeu cerca de 100 torcedores que acompanharam a final da Taça Libertadores roendo as unhas e viram seu time campeão. O dono do comércio, Hermes Lopes de Souza, o Capitão, é flamenguista desde que se conhece por gente. “É meu time de coração. Sempre que tem jogo o pessoal vem aqui”, diz.

Merivaldo Dias de Oliveira estava devidamente uniformizado para celebrar a vitória de seu time. E assim o fez. Errou o placar. Estava esperando 3 a 1. “Minha mulher vai dirigir o carro e domingo (hoje) vou curtir”, disse.

Assim como Merivaldo, Capitão e os outros presentes, Adailton da Silva Santana não tirou os olhos da TV. Estava com a família no bar. Todos com a camisa do Mengo. “Nasci na Bahia, filho de flamenguistas. Venho aqui há 16 anos. Optei por aplicativo e vou amanhecer o dia na rua.”
(Vinícius Castelli)

Responsável pela conquista do Mengo jogou na Copa Diarinho
Gabriel Barbosa Almeida, o Gabigol, é de São Bernardo. O jogador brilhou para o mundo ao assinar ontem os gols da vitória do Flamengo de virada em cima do River Plate, na decisão da Copa Libertadores, em Lima, no Peru.

Emprestado ao Flamengo pela Inter de Milão, Gabigol, como a maioria dos jogadores, começou ainda criança no mundo esportivo. Em 2003, quando tinha apenas 6 anos, participou da Copa Diarinho, realizada pelo Diário. Na ocasião, foi campeão e artilheiro do campeonato com impressionantes 36 gols. Ele jogava pela Top Spin Guarani.

Cinco anos depois, já contratado pelo Santos, o atacante relembrou sua passagem pelo evento regional. “Foi muito bom ter disputado a Copa Diarinho, porque foi nela que todo mundo me conheceu e foi por causa dela que eu vim para cá (no Santos)”, disse, à época, Na mesma reportagem, profetizou: “Ainda espero conquistar muitos títulos, chegar à Seleção Brasileira e ir para a Europa.”
(Vinícius Castelli)