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CPI do Natal Iluminado ouvirá empresa desistente

De São Caetano Amigas de Noel ofereceu melhor preço mas abriu mão de contrato com Aciscs

Por Raphael Rocha
Do Diiário do Grande ABC
21/11/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Câmara de São Caetano marcou a primeira oitiva referente à CPI do Natal Iluminado para terça-feira, às 10h. A intenção da comissão é entender por que a empresa Amigas de Noel, que ofereceu o menor preço em concorrência aberta pela Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano) para realizar o serviço, abriu mão do contrato.

Apesar de ser de São Caetano, a Amigas de Noel abdicou da contratação em meio ao processo de seleção. Quem ficou com o acordo foi a empresa VBX Light Indústria, Comércio e Serviços Decorativos, de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro.

Segundo o presidente da CPI, vereador e líder de governo, Tite Campanella (Cidadania), as perguntas para a empresa já foram elaboradas pelos integrantes do bloco e deverão ser apresentadas no dia da oitiva. Além de Tite Campanella, compõem o grupo os vereadores Olyntho Voltarelli (PSDB) e Jander Lira (PP).

“Queremos entender quais os motivos que levaram a empresa Amigas de Noel, que venceu o certame, a abrir mão de prestar o serviço e ceder espaço para outra empresa”, resumiu Tite. O vereador preferiu não revelar quais serão os questionamentos para evitar algum tipo de antecipação dos depoentes.

A Amigas de Noel chegou a oferecer os serviços por R$ 782 mil, enquanto a VBX Light apresentou proposta de R$ 999,7 mil, na primeira rodada. A VBX aceitou fazer o serviço por R$ 747 mil após a recusa da Amigas de Noel.

Tite declarou que estranhou o fato de a empresa Amigas de Noel ser de São Caetano, o que facilitaria a logística e conhecimento da cidade na colocação de iluminação natalina. Segundo a Junta Comercial, firma está sediada na Rua Ingá, no bairro Oswaldo Cruz, e foi constituída em 2006.

A CPI do Natal Iluminado foi aberta para investigar suspeita de desvio de recursos no convênio feito entre a Prefeitura de São Caetano e a Aciscs, em 2016, no valor de R$ 1,2 milhão, sendo R$ 1 milhão de dinheiro público e R$ 200 mil de contrapartida da entidade. À época, o prefeito era Paulo Pinheiro (DEM) e o presidente da Aciscs, o advogado Walter Estevam Junior (Republicanos).

A prestação das contas do Natal Iluminado apresentou diversas inconsistências, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. A pasta reprovou a documentação e encaminhou as suspeitas de irregularidades para avaliação pormenorizada do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e do MPC (Ministério Público de Contas). Os apontamentos iniciais revelaram notas fiscais que indicam que a verba do Paço custeou refeições regadas a chope e cerveja. Também não foi comprovada toda execução do serviço contratado.

Estevam publicamente nega as irregularidades, mas ele deve ser chamado a depor à CPI até o fim do ano. 




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