Política Titulo Diadema
TCE questiona contrato de Reali com G8

Corte atesta omissão de valores dos kits escolares com empresa alvo de investigação por cartel

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/04/2013 | 07:00
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O TCE (Tribunal de Contas do Estado) solicitou à Prefeitura de Diadema que encaminhe os preços praticados pela administração na compra de kits escolares para a rede pública em 2011. O contrato para fornecimento do material foi firmado com a G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações, empresa alvo de investigação na Justiça do Paraná e no Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) de São Bernardo por suposta formação de quadrilha e cartel.

Os questionamentos foram endereçados ao ex-prefeito Mário Reali (PT) e a Adelaide Maia Moraes, ex-secretária de Finanças do Paço. Ambos foram responsáveis pela abertura da licitação e assinatura do convênio com a G8.

Segundo o TCE, durante todo o processo licitatório a administração omitiu os valores dos preços unitários dos produtos que compunham o kit - formado por caderno brochura capa dura, caderno cartografia capa dura espiral, caderno quadriculado brochura capa dura, lápis preto, borrachas com cinta plástica, apontador com depósito, caixa de lápis de cor, jogo de caneta hidrográfica, caixa de giz de cera, pasta com aba e elástico, régua, tesoura escolar, cola líquida branca e estojo escolar personalizado.

A entidade alegou que, durante a licitação, ficaram constatadas divergências "expressivas" nos preços praticados e salientou que empresas concorrentes são suspeitas de integrar o cartel de uniformes escolares apontados pelo Ministério Público do Paraná. A ata da concorrência indica propostas desclassificadas de R$ 30 e R$ 61,40, enquanto havia sugestões superiores a R$ 90, contrariando o princípio da economicidade do poder público.

"O valor final do kit foi de R$ 82,40 após seis rodadas de lances protagonizadas pelas empresas CDF Indústria e Comércio de Suprimentos Educacionais e Industriais e G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações, que atuariam num mesmo grupo empresarial", informou o tribunal.

 

HISTÓRICO

Em fevereiro, o Diário mostrou que atas de registro de preço praticadas em São Bernardo serviram de modelo para que um cartel de uniformes burlasse licitação na prefeitura de Londrina, no Paraná. O Gaeco local comprovou desvio de R$ 3,1 milhões nos cofres públicos da cidade.

O MP de São Bernardo investiga se a prática foi reproduzida no governo de Luiz Marinho (PT). Em cinco contratos firmados com o governo Marinho, a G8 embolsou R$ 42 milhões.




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