Esportes Titulo Futebol
África prepara nova geração no Brasil
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
28/09/2009 | 07:00
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Separados pelo Atlântico, unidos no 'planeta' bola. Por meio de um convênio entre o governo distrital (correspondente a município) de Ngaka Modiri, ao Norte da África do Sul, e o governo brasileiro, um grupo de 17 jogadores com idades entre 13 e 17 anos e um treinador do país sede da Copa do Mundo de 2010, participam de intercâmbio na Olé Brasil, empresa com sede em Ribeirão Preto voltada para a formação de jogadores. O grupo chegou em janeiro deste ano e retorna no próximo mês de março.

A ideia da parceria entre os países se deu no início de 2008, quando autoridades de Ngaka Modiri vieram ao Brasil, a convite do governo brasileiro, participar de um intercâmbio cultural.

"Uma pessoa da missão brasileira falou do nosso trabalho, que não é só formação esportiva, mas também social, e surgiu a parceria", explicou o diretor comercial da Olé Brasil, Maurício Penha.

O governo sul-africano, banca os custos do convênio. Os garotos foram escolhidos em uma seleção que envolveu 200 participantes.

Conforme disse o ex-zagueiro Helton Tostes, 33 anos, coordenador-técnico das categorias de base do clube, o objetivo do governo sul-africano, ao propor a parceria, é formar jogadores com potencial para servirem a seleção sul-africana nas próximas Copas.

A realidade dos africanos é similar à de milhares de meninos das periferias brasileiras. Alguns deles são de famílias desagregadas e viviam em orfanatos. Tornar-se profissional e ajudar a família (aqueles que ainda têm) é o outro ponto em comum com nossos aspirantes a atleta.

Quatro foram apontados com chances reais de se tornarem profissionais: Phenyo, Serache, Tito e Charles (que estão da esquerda para direita na arte acima).

"Levando-se em conta o potencial dos brasileiros, não deixam a desejar. Têm condições de jogar na base de qualquer clube", garante Helton.

Uma escola particular foi montada no complexo esportivo e diariamente os meninos têm aulas de Português, Matemática, História do Brasil e Geografia.

A didática, segundo Maurício Penha, segue as diretrizes do MEC (Ministério da Educação). Ao final do curso, os garotos receberão certificados conferidos pelo governo brasileiro.

"Além de futebol, orientamos esses meninos para a vida. Alertamos que por circunstâncias diversas nem todos se tornam profissionais. Falamos da importância de aproveitarem ao máximo esse intercâmbio, para que aprendam outro idioma, outra cultura. Isso pode ser útil no futuro deles", avalia Helton, que depois de atuar pelo Guarani e Avaí ficou sete anos na equipe americana do Beach Side, sendo três como jogador e quatro treinando as categorias de base.

Apenas um dos meninos, Mandyu Tebogo, 13 anos, o mais novo da trupe, tem parente que vive do futebol, o tio Siyabongo Sangwem, zagueiro do Golden Arrows, equipe profissional da África do Sul.

Aspirante a craque, Tito, 16 anos, agradece aos céus por ser selecionado para o intercâmbio. "Em nosso país, as ligas não são organizadas. É difícil chegar ao profissional. Os campeonatos não têm bom nível. Os times pegam os mais fortes, querem jogadores prontos. Não investem nas bases. No Brasil, temos condições de chegar ao profissional mais preparados", imagina.

Fã do português Cristiano Ronaldo, do sul-africano Steven Pienaar (jogador do Everton, da Inglaterra) e do brasileiro Kaká, Tito diz que vai torcer pela África do Sul e Brasil na Copa de 2010, nesta ordem. "Vocês já ganharam bastante (cinco vezes)", brincou, com o típico bom humor brasileiro.

Além dos sul-africanos, 27 garotos do Cazaquistão frequentam a escola de futebol da Olé Brasil. São as famílias dos cazaques, porém, que pagam pelas aulas de futebol.

Classificação brasileira aumenta venda de pacotes da Copa

A classificação do Brasil para a Copa de 2010 na África do Sul, após a vitória por 3 a 1 sobre a Argentina, no dia 5 de setembro fez aumentar as consultas e vendas de pacotes para o Mundial nas operadoras credenciadas. Os números variam de empresa para empresa. Seis operadoras brasileiras estão credenciadas.

A Ambiental Viagens e Turismo informou que as vendas subiram 50% na comparação com o período anterior à classificação brasileira. As empresas, que costumam brindar executivos, funcionários e parceiros foram as primeiras a contratar os pacotes.

A agência de viagens informou na última sexta-feira que ainda tem pacotes para empresas e pessoas físicas. São sete tipos de pacotes para a Copa. O mais barato, segundo a Ambiental, está em torno de US$ 6.946 (parte terrestre), US$ 1.850 (aéreo), com direito a dois jogos (US$ 180 cada ingresso). O pacote, de nove dias, inclui City Tour, café da manhã e seguro viagem. Já o mais caro, o chamado Copa Total, de 33 dias com direito a sete jogos, custa US$ 21.229 (terrestre) e US$ 1.850 (aéreo).

Já foram comercializados, no Brasil, cerca de 3 mil pacotes. A estimativa é de que sejam vendidos entre cinco e seis mil, menos do que os 8.900 vendidos na Copa da Alemanha, em 2006.

A justificativa das operadoras é que a quantidade de voos e acomodações na África do Sul é menor na comparação com a estrutura oferecida pela Alemanha. Quem comprar pacotes a partir de agora terá que dar 15% de entrada (em dinheiro) e parcelar no cartão em até oito vezes.

A Visa informou que em aproximadamente 15 dias terá dados sobre a movimentação com cartões de crédito específica sobre a compra de pacotes para a Copa da África.

Os dois últimos jogos da Seleção Brasileira nas eliminatórias são contra a Bolívia, em La Paz, no dia 11 de outubro, e Venezuela, três dias depois, em Campo Grande (MT).

A convocação para os dois últimos compromissos do Brasil foi anunciada na última quinta-feira e teve poucas novidades. O meia Alex, ex-Internacional e agora no Spartak Moscou, é uma delas. O técnico Dunga admitiu escalar time misto ou reserva contra os bolivianos.




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