Cultura & Lazer Titulo Augusto Boal
Canção de Chico toca na despedida
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
05/05/2009 | 07:00
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O dramaturgo Augusto Boal, morto no último sábado, vítima de leucemia, foi cremado na tarde de ontem no Cemitério São Francisco Xavier (Caju), no Rio. A trilha de despedida foi Meu Caro Amigo, escrita por Chico Buarque em homenagem ao dramaturgo em 1976. Criador do Teatro do Oprimido, Boal tinha 78 anos e em março, já em tratamento contra o câncer, foi nomeado embaixador mundial do teatro, pela Unesco.

Carioca e formado em Química, Boal estudou dramaturgia na Universidade de Columbia, em Nova York, em 1950. O curso, comandado por John Gassner, foi conciliado com uma pós-graduação em Engenharia Química, na mesma universidade.

De volta ao País, em 1956, integrou-se ao Teatro de Arena, em São Paulo. Sob seu comando, a companhia passou a valorizar cada vez mais os temas nacionais e textos que dialogassem com a realidade brasileira, culminando no musical Opinião, encenado no Rio após o golpe militar de 1964. No espetáculo estavam Nara Leão (depois substituída por Maria Bethania) e Zé Keti.

Em 1971, o dramaturgo foi preso e torturado e decidiu deixar o Brasil. Passou por Argentina, Portugal e estabeleceu-se na capital francesa. Em 1981, cinco anos antes de retornar ao País definitivamente, promoveu o I Festival do Teatro do Oprimido, que incentiva o diálogo dessa linguagem artística à ação social. Baseado nas teorias do educador Paulo Freire, Boal pensou um teatro voltado à transformação da realidade por meio do diálogo, e que incluísse os menos favorecidos.




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