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O' Zapft is!

Começou a contagem regressiva para mais uma 'maratona' de festas regadas a litros de chope

Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
25/09/2008 | 07:05
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Atenção beberrões de todo o País: está na hora de preparar as canecas e começar a contagem regressiva para mais uma ‘maratona' de festas regadas a litros e mais litros de chope. Seja na Alemanha, em Santa Catarina ou no Rio Grande do Sul, o culto à bebida extraída da cevada garante ao mês de outubro altas doses de prazer etílico embaladas por bandas germânicas, grupos de dança folclórica, desfiles, comidas típicas e concursos tão curiosos quanto inebriantes.

Tudo começou em 12 de outubro de 1810, com a cerimônia de casamento que uniu o príncipe da Bavária, Ludwig, e a princesa Therese, de Hildburghausen, em Munique. Em homenagem à noiva, o local foi nomeado Theresienwiese, e a festa só terminou cinco dias depois, com uma corrida de cavalos. Por sugestão da princesa, a comemoração levou o nome de Oktoberfest. E fez tanto sucesso que passou a ser repetida ano após ano - com exceção dos períodos da Primeira e da Segunda Guerra Mundial.

Com a vinda dos primeiros imigrantes alemães ao Brasil, não demorou muito para que eles tivessem a idéia de adaptar os festejos aos moldes tupiniquins, dando origem às mais variadas versões de oktoberfestas no Sul do País.

A principal delas, em Blumenau (SC), começa no próximo dia 9, com o grito de O'zapft is! (o barril está aberto), e prossegue até 26 de outubro.

Só para se ter uma idéia da magnitude do evento, no ano passado os 39 mil metros quadrados do complexo atraíram 690 mil pessoas, que consumiram 365 mil litros de cerveja.

Na programação, bandas nacionais e germânicas, grupos de dança folclórica e concursos como o Chope em Metro, que premia quem entornar 600 mililitros de chope em menor tempo. Na edição passada, o vencedor precisou de apenas 12 segundos!

Para celebrar os 25 anos de festa, os tradicionais desfiles pela Rua 15 de Novembro contarão a história da própria Oktoberfest, reunindo 3.000 integrantes e 15 carros alegóricos. "A proposta da organização é apresentar aos blumenauenses e turistas como tudo começou e ao mesmo tempo realçar a cultura e as tradições de nossa cidade que, apesar de duas grandes enchentes do Rio Itajaí-Açu, soube driblar as adversidades e transformar a tristeza na maior festa alemã do Brasil", explica o secretário de Turismo de Blumenau e presidente do Parque Vila Germânica, Norberto Mette.

Competições de tiro, baile da melhor idade e carros-pipa de cerveja à vontade completam a lista de atrações que, entra ano e sai ano, estão sempre animando os participantes. É o que pede a tradição. E até os preços prometem ser os mesmos do ano passado. "O ingresso permanece em R$ 5 (às quintas e domingos) e R$ 10 (às sextas e sábados). O valor do chope também permanece inalterado: R$ 3,75 para o copo de 400 mililitros", ressalta Mette. E assim como nas edições anteriores, pessoas com trajes típicos germânicos terão acesso livre aos pavilhões.

Em 24 anos, a Oktoberfest de Blumenau reuniu 16 milhões de amantes do chope, transformando-se no maior evento do gênero no Brasil. Mas muito longe de ser o único. Só em Santa Catarina, pelo menos uma dúzia de cidades - a maior parte situada no Vale do Itajaí - promovem comemorações similares.

Criatividade e motivos não faltam para encher o caneco. Tem festa da ostra, do marreco com repolho roxo, da banana, das tradições lusitanas e até do tiro ao alvo. É só escolher a melhor ‘desculpa' e comprar as passagens para que Lei Seca nenhuma o impeça de cair na diversão. Tim-tim!

Munique, o berço do culto ao chope

A tradição de brindar outubro com cerveja tem sua origem na cidade alemã de Munique, que neste ano tem um motivo a mais para entornar o caneco: o aniversário de 850 anos de sua fundação. Diversos eventos têm sido realizados desde junho para celebrar a data. Mas a Oktoberfest é, sem dúvida, o maior de todos eles.

Os festejos começaram no último sábado. Seguindo o costume mantido desde 1950, o prefeito de Munique, Christian Ude, abriu o primeiro barril de cerveja com a frase O'zapft is! (O barril está aberto) e deu início à festa, que se estenderá até o próximo dia 5. É isso mesmo: apesar do nome, a Oktoberfest de Munique tem mais de setembro do que de outubro no seu calendário.

O motivo são as condições climáticas de setembro, mais propícias a eventos ao ar livre se comparadas à chuvinha gelada que tanto caracteriza o outubro germânico. Ainda assim, para não quebrar a tradição, o último fim de semana das celebrações ocorre sempre em outubro.

E haja chope para tanta disposição. No ano passado, os cerca de 6,2 milhões de visitantes consumiram 5 milhões de litros de um tipo de cerveja preparado especialmente para a festa. Isso sem falar nas 400 mil salsichas, 600 mil galinhas e na infinidade de outras versões da bebida, que engrossam as vendas e o nível de álcool no sangue dos participantes.

Não à toa, a Baviera se gaba de abrigar um sexto das cervejarias de todo o planeta. As principais marcas alemãs são a Löwenbräu, a Paulaner e a Hofbräuhaus.

Barris à parte, também não faltam alternativas de entretenimento. Além das 14 tendas de cerveja abertas das 10h às 23h30 durante a semana e das 9h às 23h30 aos sábados, domingos e feriados, a festa conta com inúmeras barracas de jogos, parque de diversões, apresentações de bandas folclóricas e comidas típicas, como o onipresente bratwurst (salsichão assado) e os deliciosos lebkuchenherzen - biscoito de chocolate em formato de coração que traz mensagens do tipo ich liebe dich (eu te amo) escritas com merengue. Alguns são enormes, e ajudam a regular o nível de glicose do organismo quando a entrega aos prazeres etílicos supera o bom senso.




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