Franciele Pinto Rebelo, de 21 anos, mãe do bebê Cauã, de um ano e meio, que caiu na terça-feira (26) da janela do terceiro andar do prédio onde mora, no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife, deve ser indiciada por lesão corporal culposa (sem intenção). A informação foi dada hoje (28), pelo delegado da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) Carlos Onofre.

Segundo o delegado, o sofá estava próximo da janela e a mãe deveria estar ciente do risco e do resultado que tal risco poderia produzir. Se indiciada, julgada e condenada, Franciele poderá ter uma pena de detenção de seis meses a um ano.

Ao cair de uma altura de cerca de 10 metros, Cauã bateu num guarda-chuva que estava aberto sobre o ar condicionado do primeiro andar e desviou para o muro do prédio, onde a fralda descartável que usava ficou presa nos ganchos de ferro, segurando-o por instantes para depois ceder e a criança cair. Ele quebrou o fêmur e quatro costelas no lado esquerdo. O bebê passa bem e deve deixar o hospital até o final da semana.

O pai do bebê, Alexandre César Massaneiro, de 23 anos, afirma que a esposa não teve culpa e que ela é uma mãe muito dedicada. Segundo ele, o sofá foi colocado próximo à janela por falta de espaço, já que o apartamento é muito pequeno.

O delegado ouviu Alexandre, Franciele e uma prima do casal que está temporariamente morando com eles. Informalmente, ele também ouviu o porteiro do prédio, vizinhos e testemunhas. As informações colhidas por Carlos Onofre foram de que o casal tem cuidado e zelo com os filhos - Cauã e uma menina de três anos.

Em seu depoimento, Franciele disse ao delegado, que estava guardando roupas no quarto, com o filho ao lado. A filha mais velha estava na sala assistindo a um DVD. Ela teria se descuidado, e a criança saiu sem que ela percebesse.

Pouco depois ela ouviu gritos dos vizinhos. O bebê foi acolhido primeiramente pela moradora do segundo andar, Solange Olindina, que estava chegando ao prédio no momento da queda.

A decisão sobre o indiciamento só sairá depois do laudo da perícia. O delegado tem 30 dias para concluir o inquérito. O casal é do litoral de Santa Catarina e se mudou para o Recife há quatro meses.