Setecidades Titulo São Bernardo
Moradores do Riacho
continuam ilhados

Prefeitura prometeu abrir acesso alternativo, mas projeto não
saiu do papel; a única opção para acessar local é pelo km 29

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
18/09/2012 | 07:00
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Moradores do Riacho Grande, subdistrito de São Bernardo, cobram há mais de um ano alternativa para substituir acesso do km 31, fechado pela Ecovias em agosto de 2011. Segundo eles, a promessa da Prefeitura era de que o novo trevo, no km 30,6, fosse entregue em abril. A única opção para acessar o local continua sendo saída no km 29, congestionada aos fins de semana ensolarados.

A sensação dos moradores é de que estão ilhados, revela a empresária Maria Fernandes Frias, 64 anos. Para sair de casa aos sábados e domingos é preciso planejamento. Isso porque o local atrai inúmeros turistas para a Prainha, casas de show e restaurantes. "Entre 10h e 20h é impossível circular pelo Riacho", diz.

Exemplo de dificuldade foi observado no domingo, quando Maria retornava de viagem de Embu. "Cheguei na entrada do Riacho às 16h30 e tive de voltar para a casa do meu filho, próxima do Centro de São Bernardo, onde esperei até as 20h", revolta-se a moradora, que vive no local há 22 anos e já pensa em mudança.

Integrantes do Fórum dos Moradores do Riacho Grande informam que os diversos problemas - como a falta de vagas para estacionamento, veículos parados em locais proibidos, trânsito intenso, falta de segurança e perda de clientes nos comércios - são preocupações antigas. "Não somos contra a revitalização do bairro, mas é preciso melhorar a infraestrutura", destaca o aposentado José Carlos Cezarino, 54.

Para o comércio, a situação começa a ficar preocupante, explica a proprietária de loja de artigos de pesca Priscila Menegoni Jorge, 28. Segundo ela, a superlotação do Riacho Grande, somada à dificuldade em chegar e sair do subdistrito, já espanta os pescadores. "A gente não quer deixar chegar ao ponto de querer mudar daqui. Amamos este lugar." Outra dificuldade é para os clientes estacionarem, que piorou após a construção de calçadões próximos à Prainha.

O novo acesso será implantado a 600 metros da saída provisória que foi fechada, onde já existe viário que alcança indústria próxima do local.

A Artesp e a Ecovias já deram parecer favorável à obra e a Prefeitura desenvolve o projeto executivo. A administração municipal, por sua vez, destacou que a aprovação do projeto depende de licitação ambiental junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). O órgão estatal não retornou até o fechamento desta edição.

Em novembro, a Prefeitura informou que, após aprovadas, o tempo previsto para início das obras é de um mês, sendo necessários três meses de trabalhos para sua conclusão. A estimativa é de que sejam gastos entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.

Munícipes temem que situação piore após revitalização 

Iniciadas em agosto de 2011, as obras de revitalização da Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, visam alavancar o turismo na região. As mudanças, previstas para serem concluídas até o fim do ano, preocupam moradores, tendo em vista o aumento do fluxo de pessoas e veículos.

"Está chegando o verão e a tendência é o caos piorar", diz a educadora Lucia do Lago, 67. O Trecho Sul do Rodoanel, segundo a moradora, já facilitou o acesso ao Riacho para moradores de Mauá e da Zona Leste da Capital.

Com investimento de R$ 7 milhões do Ministério do Turismo e contrapartida de R$ 570 mil da Prefeitura, o projeto de revitalização inclui desde requalificação da orla, com instalação de píeres, mobiliário urbano e requalificação dos quiosques até inclusão de sistema de coleta seletiva.




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