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Sto.André suspende
parte de doações

Banco de Alimentos do município alega encerramento de
convênio com o governo federal para justificar suspensão

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
11/09/2012 | 07:00
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O Banco de Alimentos de Santo André suspendeu parcialmente a doação de legumes, verduras e frutas às cerca de 180 entidades do município que dependem dos donativos. A justificativa da Prefeitura é que houve encerramento de convênio mantido com o governo federal, por meio do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), ligado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Por meio do PAA, a União repassa recursos ao município para a aquisição de alimentos de agricultores familiares, com isenção de licitação, para abastecer ações que garantam a segurança alimentar.

Apenas os alimentos secos, como arroz, feijão, macarrão e biscoitos permanecem com entrega marcada para as sextas-feiras. A informação foi repassada pelas instituições. A partir desta semana, a entrega de hortifrúti, antes feita às terças e quintas-feiras à tarde na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), está suspensa por período indeterminado.

A equipe do Diário teve acesso a dois comunicados enviados às entidades pela Prefeitura. O primeiro, repassado na terça-feira, dizia que as retiradas seriam restritas às quintas, a partir do dia 13. O segundo, enviado dois dias depois, desconsidera o aviso anterior e comunica que as doações vinculadas ao PAA estão temporariamente suspensas (veja no quadro acima). EM

O desencontro de informações confundiu as entidades, que agora temem o desabastecimento. Para a maioria, as doações de hortifrúti representam 80% do total de donativos recebidos. Creches, asilos, igrejas e pessoas em vulnerabilidade social são beneficiadas.

A fundadora da Casa do Jardim, no bairro Campestre, que dá assistência a 80 crianças de 4 a 16 anos, diz que se o benefício não for retomado precisará organizar campanhas para arrecadação de verba. Por dia, as crianças atendidas há dez anos no local levam até cinco quilos de comida para casa. Nas sacolas carregam frutas como morango, mexerica e banana ou batatas e cenouras, entre outros itens. Elas passam o dia na entidade, onde fazem atividades educativas e refeições. "Chegamos a retirar até uma tonelada de uma vez de hortifrúti. Se as crianças não levarem para casa, não terão mais o que comer", explica Kátia Carvalho. A última retirada feita pela instituição aconteceu na quinta-feira, quando foram doados 326 quilos de alimentos. O estoque, porém, terminará hoje. Outras três instituições, como a creche Amélia Rodrigues, confirmaram o recebimento do mesmo aviso.

Questionado, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome informou que se manifestaria hoje sobre a possível quebra do convênio.

Procurada, a Prefeitura de Santo André negou a suspensão no fornecimento dos alimentos. No entanto, não esclareceu por que o convênio foi encerrado nem o impacto na compra dos produtos.

CARNE VENCIDA

A suspensão de parte das doações do Banco de Alimentos de Santo André acontece 17 dias depois de a entidade ter distribuído carne vencida aos moradores do Núcleo do Cigano, região de Utinga. O produto (dois quilos de acém), foi entregue dia 23 a uma das famílias, mas deveria ter sido consumido até dia 21.




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