Um ajudante geral de 35 anos morreu com tiro na cabeça após disparo acidental da pistola ponto 40 efetuado por policial militar. O integrante da Força Tática de Sapopemba, Zona Leste da Capital, brigava com o namorado de sua cunhada na madrugada de ontem, na favela da Ferrugem, em Santo André.

Por volta das 3h, Johnney Stael Neves Monte, 24 anos, que mora no Jardim Guaraciaba e estava à paisana, de folga, foi acompanhado da mulher levar uma de suas cunhadas em casa.

Chegando lá, viu o operador de máquina Wesley dos Santos, 21, brigando com a mais nova delas, de 17 anos, e resolveu intervir. Durante a luta corporal, Monte acreditou que Santos tentava roubar sua pistola e acabou sacando a arma. No momento em que recebeu rasteira e caiu ao chão, o policial efetuou o disparo.

A bala acertou Raimundo Nonato de Oliveira Alves, 35, que acompanhava a confusão da sacada de sua casa, alugada da mãe de Santos. O policial ainda tentou socorrer a vítima ao CHM (Centro Hospitalar Municipal)da cidade, mas Alves não resistiu e morreu horas depois.

Monte foi autuado em flagrante por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e liberado após pagar a fiança de R$ 700. Sua arma ficou retida para a realização da perícia.

Alves morava na casa há quatro anos, era casado e tinha dois filhos, um menino de 14 anos e uma menina de 12. O enterro acontece hoje, no Cemitério Maranhão, em Cotia, na Grande São Paulo. Revoltados, parentes e moradores da comunidade pediam justiça.

"Por que ele tinha de estar armado em dia de folga, ainda mais andando com a família?", questionou uma das irmãs do ajudante que preferiu não se identificar. "Sabemos que a vida custa R$ 700 para eles. E duas crianças crescerão sem pai por algo assim", completou.