Esportes Titulo No Ramalhão
Paulo Roberto traz
segredos dos acessos

Acostumado a subir equipes, treinador projeta
fazer história desta vez no time do Santo André

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
05/08/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


São 25 anos de carreira como treinador, quatro títulos conquistados e nove acessos alcançados. Com estes números, Paulo Roberto chega ao Santo André, 38º clube de seu currículo. Com contrato até o fim da Série A-2 do Paulista, tem como objetivos subir o Ramalhão para a Série C do Brasileiro – para que o time não desapareça do cenário nacional – e elite do Estadual. E as estatísticas colocam o comandante no rumo certo.

“O objetivo, quando entramos em competições como estas, sempre é o acesso. O título passa a ser quando a primeira meta é alcançada. Vamos brigar até o fim pelo acesso e a possibilidade real vem a partir da classificação”, destacou Paulo Roberto.

O treinador guarda com ele os segredos de seis acessos conquistados pelo Rio Claro, um pelo Pouso Alegre, um pelo Unaí e um pelo Minas Boa Esperança (as três últimas, equipes mineiras). E, por suas palavras, o Ramalhão vai integrar tal lista e partirá para a disputa pelo retorno à elite estadual muito bem preparado.

“Existem vários detalhes que contribuem muito, como planejamento, montagem de grupo e preparação, esta que é tão ou mais importante, porque se preparando bem, na maioria das vezes se alcança os objetivos”, destacou o comandante, que nesta Série D pegou o trabalho iniciado pelo ex-atleta e técnico Dedimar, demitido há uma semana.

Apesar dos sucessos anteriores, como o título da Copa Paulista de 2008 pelo Atlético Sorocaba, Paulo Roberto projeta seu caminho no Ramalhão, no qual deseja ser lembrado. “O próximo desafio, no caso o atual, é sempre o mais importante. No futebol, a maioria das pessoas tem memória muito curta. O que se conquista sempre fica para trás, então estamos sempre à prova.”

DE ELITE

Na chegada de Paulo Roberto, o presidente Celso Luiz de Almeida destacou: “O Ramalhão não pertence às divisões inferiores do Estadual”. E o comandante concorda. “O presidente falou e compartilho da opinião: pela história e tradição, Série A-2 não é lugar para o Santo André. Assim como não era para a Portuguesa, com a qual decidimos o título da A-2 deste ano”, afirmou. “Mas é preciso muito cuidado. Não podemos só ficar falando, mas cumprir na prática.”

Comandante descarta rótulo de Luxemburgo do Interior

Além de currículo recheado e experiências, Paulo Roberto carrega um apelido: Luxemburgo do Interior. A alusão ao famoso treinador, que atualmente dirige o Fluminense, arranca risos do comandante andreense, que desconhece o motivo da comparação.

“Até hoje não sei responder isso. Surgiu na época dos acessos consecutivos pelo Rio Claro, por meio da mídia. Talvez pela forma de armar o time, ou por fazer o social, ou porque naquela época o Vanderlei também estava em ascensão”, tentou argumentar o técnico.

Em sua avaliação, porém, Paulo Roberto demonstra algumas características semelhantes às de Luxa. “Paizão, não. Faço estilo mais enérgico, vibrante. Como dizem, procuro jogar junto com a equipe. Mas não se pode esquecer do lado humano para lidar com os jogadores”, explicou.

Questionado sobre o estilo de jogo de suas equipes, o comandante ponderou. “Esse negócio de ofensivo e defensivo deveria ter acabado no futebol. Só consegue ser ofensivo o time que defende bem. Até há algum tempo, equipes que jogavam com três zagueiros eram consideradas defensivas. Depois, tiveram de se render que muitas vezes eram mais ofensivas por causa da liberdade que davam aos laterais. Deve-se é encontrar o equilíbrio. Ser aquele que sem a bola sabe se compactar e com a bola sabe criar”, concluiu.

Luiz Ricardo celebra fim da ‘inhaca’ após balançar a rede

No duelo contra o Juventus, quarta-feira, pela Copa Paulista, na Rua Javari, Luiz Ricardo perdeu chance incrível, sem goleiro. Após passe de Makanaki, a bola quicou no gramado irregular, o atacante tentou arrematar, mas pegou de canela e jogou para fora. No sábado, na vitória por 2 a 0 sobre o Juventude pelo Brasileiro da Série D, porém, mostrou personalidade e converteu com categoria o pênalti que originou o segundo tento ramalhino.

Questionado se as cenas de três dias antes vieram à mente, o jogador brincou. “Só passou pela cabeça tirar a inhaca, lavar a alma. Agora vai, os gols vão sair”, disse Luiz Ricardo. O atleta comemorou também o resultado que deixou o time na liderança do grupo. “Dá moral de novo para a gente. Agora temos 15 dias para trabalhar (até o jogo contra o Villa Nova, em Nova Lima), assimilar como o treinador (Paulo Roberto) gosta de jogar. Tem tempo”, afirmou.

TIME
Após um dia de folga, o Santo André se reapresenta hoje. E o departamento médico deve receber algumas visitas. Os atacantes Chico e Muller deixaram o jogo queixando-se de desconfortos musculares e serão avaliados.
 




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