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PF corre contra o tempo
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11/10/2006 | 00:56
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Sem informações concretas sobre a origem do R$ 1,75 milhão que o PT arrecadou para comprar o dossiê Vedoin, a Polícia Federal em Mato Grosso desencadeou nesta terça-feira uma missão que nem ela sabe se produzirá resultado efetivo. O trabalho consiste no cruzamento de dados relativos à quebra do sigilo de 750 linhas telefônicas, móveis e fixas, com informações do sistema bancário e financeiro, inclusive do mercado do dólar.

A PF corre contra o tempo, admitiu o delegado Diógenes Curado Filho. “Quero dar uma resposta à sociedade”, declarou. “Nem que seja para divulgar que é impossível identificar a origem do dinheiro.”

Curado reuniu-se nesta terça-feira durante cerca de duas horas com o delegado Luiz Flávio Zampronha, que trouxe de Brasília um relatório sobre cerca de 30 corretoras de valores e casas de câmbio por onde transitaram US$ 109, 8 mil – parte da bolada amealhada pelo PT.

O documento indica “um número muito elevado” de nomes – pessoas físicas e jurídicas – que sacaram esse dinheiro no período de um mês antes de a PF capturar em São Paulo Gedimar Passos e Valdebran Padilha de posse do R$ 1, 75 milhão, montante que teria sido entregue a eles por Hamilton Lacerda (de São Caetano), ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista.

O percurso dos dólares do PT foi reconstituído parcialmente. Não chegou à ponta da linha, ou seja, não se sabe quem foram os sacadores. A PF sabe que os dólares, provenientes de um lote de US$ 42 milhões, saíram da Casa da Moeda americana, passaram por uma instituição financeira na Flórida e seguiram para um banco alemão, na cidade de Frankfurt.

Pelo menos US$ 15 milhões foram internados no Brasil, pelo Banco Sofisa, e pulverizados em corretoras e agências de turismo de cinco Estados: São Paulo, Rio, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Abel – A Justiça Federal de Mato Grosso decretou nesta terça-feira a quebra do sigilo bancário e fiscal do empresário Abel Pereira, supostamente envolvido em negócios promovidos por Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia das ambulâncias superfaturadas. Ele é amigo de Barjas Negri, prefeito de Piracicaba (SP) e ex-ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. O empresário está sob investigação da PF e também da CPI dos Sanguessugas.




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