Cultura & Lazer Titulo
Rodrigo Santoro volta para a TV como 'homem comum'
Roberta Brasil
Da TV Press
21/02/2003 | 18:17
Compartilhar notícia


Nos últimos dois anos, Rodrigo Santoro viveu, no cinema, personagens bem diferentes daqueles que o alçaram ao posto de galã na TV. Interpretou um jovem que conhece o inferno dentro de um manicômio, em Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky; um rapaz obrigado pelo pai a vingar a morte do irmão em Abril Despedaçado, de Walter Salles; e um travesti e presidiário em Carandiru, de Hector Babenco. Arriscou até uma incursão em Hollywood com As Panteras 2, na pele de um vilão. Apesar disso, retorna à telinha com um tipo que não lhe exigirá nenhum histrionismo interpretativo. Em Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, Rodrigo interpreta o sedutor Diogo. “É bom encarar agora um personagem comum, que pode ser encontrado em qualquer esquina. Serve como uma reciclagem”, diz.

Diogo é um típico Dom Juan, que não resiste aos apelos femininos. Tanto que, após engravidar e se casar com a apaixonada Marina, interpretada por Paloma Duarte, o rapaz resgata uma caliente relação com a prima Luciana, de Camila Pitanga.

Mesmo assim, Rodrigo garante que seu personagem não é cafajeste. “Ele acaba metido em confusão porque não controla seus desejos. Mas também sofre com isso. Não é um galinha”, afirma. Fora o fraco por mulheres, Diogo é gerente de uma agência de turismo, sócio numa loja de motocicletas e praticante de vários esportes.

Este perfil saudável é um ponto em comum entre ator e personagem. Para manter seus 81 kg bem distribuídos em 1,90 m, Rodrigo divide seu tempo entre surfe, natação, vôlei, ciclismo, futebol e academia. Mas não se considera um sedutor como Diogo. “Pelo menos não conscientemente”, diz.

Com 27 anos de idade e nove de carreira, Rodrigo já viveu muitos admiradores de mulheres na televisão. O primeiro papel foi o passional Serginho da novela Explode Coração (1995). Em 1997, emplacou o primeiro protagonista em O Amor Está no Ar, de Alcides Nogueira, no centro de um triângulo amoroso com mãe e filha, personagens de Betty Lago e Natália Lage.

A fórmula se repetiria dois anos depois, em Suave Veneno, de Aguinaldo Silva – desta vez, com Irene Ravache e Luana Piovani. Mas o ator só se destacou interpretando o jovem frei Malthus, de Hilda Furacão.

Nada santo, porém, foi o último personagem de Rodrigo em novelas, há dois anos. Na pele do bad boy Carlos Charles, ele atormentava a virginal Cristal, de Sandy, em Estrela-Guia, de Ana Maria Moretzsohn.

Em dezembro do ano passado, o ator fez ainda uma participação na microssérie Pastores da Noite, adaptada da obra de Jorge Amado. Sob contrato com a Globo, retorna em Mulheres Apaixonadas dizendo que sempre quis fazer uma novela de Manoel Carlos.

Rodrigo afirma que retornar à interpretação naturalista da TV – principalmente numa obra de Maneco – é um ótimo exercício de versatilidade. Mas o ator não se deixa enganar pela aparente simplicidade psicológica de Diogo. Por isso, afirma que ainda está em processo de composição, conhecendo o personagem a cada capítulo. Sua maior preocupação é não cair no estereótipo. “Quero fazer um personagem humano, mutante, vivo na tela”, diz.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;