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Mulher paga por prótese de perna, mas não recebe
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
02/12/2005 | 08:14
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Um ano e nove meses. Esse é o tempo que a dona-de-casa Maria Dolores Pereira, 50 anos, moradora do bairro Fundação, em São Caetano, diz estar esperando para receber uma perna mecânica da empresa Casa Médica e Ortopédica. Após ter amputado a perna esquerda, por causa da má circulação do sangue, a aposentada procurou o serviço de assistência social da Prefeitura e obteve o aval para comprar a prótese, que custou R$ 4 mil. A cirurgia ocorreu no Hospital Anchieta, em São Bernardo.

De acordo com a dona-de-casa, para conseguir a prótese teve de fazer três orçamentos. “O mais barato era o dessa empresa. A Prefeitura pagou à vista. No dia 10 de março de 2004 fui à loja deles tirar a medida. Disseram que o prazo era de 30 a 40 dias. Como não entregaram fui ver o que estava acontecendo. Pediram mais 15 dias e, ainda assim, não entregaram.”

Segundo Maria Dolores, em nenhum momento a empresa deu explicações convincentes sobre o motivo da não entrega da prótese. “Cada hora era uma história. Me enrolaram esse tempo todo.”

Cansada de esperar, a dona-de-casa procurou novamente a Assistência Social, que acionou os proprietários da empresa e exigiu que assinassem um documento se comprometendo a entregar a perna mecânica. Resultado: novamente o acordo não foi cumprido e, em setembro daquele ano, a Prefeitura entrou com processo na Justiça contra a empresa.

A diretora de Saúde da cidade, Regina Maura Zetone, confirmou as informações. “A empresa pediu a Maria Dolores para assinar a nota fiscal, o que deu a entender que já teria recebido a prótese. Por isso o pagamento à empresa foi feito.”

A Prefeitura pediu este ano à aposentada outros três orçamentos, já entregues, para que receba a prótese. “Agora, vamos checar detalhadamente cada uma dessas empresas, para que nem o munícipe nem a Prefeitura sejam lesados.”

O proprietário da empresa, Daniel Moreno Macota, não explicou o motivo da não entrega da prótese. Disse apenas que um ex-funcionário teria fugido com o dinheiro. “Não vou sujar o nome da empresa, que atua na cidade desde 1992, por causa de R$ 4 mil. Fizemos acordo com a Prefeitura para devolver o dinheiro.”   Regina Maura confirmou. “A empresa concordou em ressarcir em cinco parcelas e até o mês passado pagou duas. Mas enquanto não quitar a dívida o processo na Justiça continua”.




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